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março 25, 2004

Arafat e Sharon

Enquanto a demonização de Sharon é diária, implacável e furibunda, a Arafat tem-se perdoado todas as barbaridades cometidas, como se fossem pequenos erros de um herói sitiado e não a estratégia violenta e irresponsável de um líder cego pelo ódio e sem grandeza.

Não entendo, por exemplo, que se possa julgar Sharon por crimes contra a humanidade e não se queira julgar Arafat, à mão do qual se fez executar toda sorte de crimes, indiscriminados, sem nenhuma piedade e sem tremer. Desde sempre e até hoje mesmo.

Já não se trata somente do terrorista responsável pela chacina nos Jogos Olímpicos de Munique ou que aterrorizava as linhas aéreas instaurando o conceito do terror total, senão do homem que teve várias vezes nas mãos as chaves da paz e as rechaçou todas, empurrando o seu próprio povo para um processo permanente de destruição.

Falemos do Arafat de hoje, quando diariamente são ceifadas vidas de tantos civis que vão de transportes públicos para o trabalho, ou estão sentados em cafés, homens, mulheres e crianças, indiscriminadamente, sem lógica militar, apenas para instaurar um clima de terror.

Vítimas que não existem, porque no universo jornalístico europeu temos decidido que as vítimas só são palestinas e que os judeus mortos, no melhor dos casos, são pura contingência. Fala-se do massacre de Jenin e comparando-o ao Holocausto, mas nada se disse do facto de que os combates se reduziam a um espaço de 100 metros por 100 metros e que uma ONG tão pouco suspeita como a Human Rights Watch contabilizou os mortos: 52 palestinos e 23 soldados israelitas, além de 65 feridos. Quer dizer, foi um combate e não um massacre.

Pergunta pertinente: se os 52 mortos palestinos permitem equiparar Jenin com Auschwitz, com o quê se deveria comparar o milhão de mortos no processo de islamização do Sudão, ou os 100.000 mortos do integrismo argelino ou as 20.000 vítimas trucidadas por Hafez al-Assad na sublevação islamita de Hana? E os mortos palestinos do Setembro Negro?

As denúncias de corrupção financeira de Arafat, publicadas inclusive na imprensa do Kuwait não tiveram nunca repercussão significativa na imprensa europeia. E também não se disse nada do facto de que Mohammed Atta (um dos terroristas que pilotava um dos aviões sequestrados no dia 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos e arremessado contra as Torres Gémeas do World Trade Center, em Nova York) já havia perpetrado atentados em Israel e que, encarcerado em Israel, foi libertado graças aos acordos de Oslo e graças também à pressão do governo de Clinton.

O facto real é que a informação se converteu numa arma de guerra. Inclusive nas mãos de teóricos pacifistas.

Por isso me parece pertinente explicar porque o considero um líder nefasto. Primeiro, é um líder para a guerra, única linguagem que entende e não para a paz. Foi ele que alimentou a segunda Intifada e não contra Sharon, senão contra o trabalhista Barak, depois de haver recusado as propostas de Camp David.

Arafat não somente sabotou os acordos, mas também propiciou uma cultura do ódio nas escolas e permitiu que os imãs nas mesquitas pedissem o "extermínio dos judeus" . É certo que condenou alguns atentados, mas em inglês e para os meios de comunicação ocidentais. Só há pouco mais de um ano, perante a pressão americana, condenou em árabe uma acção terrorista. Arafat expressa realismo político quando fala em inglês. Em árabe, recorre a um populismo incendiário.

Arafat é um líder da guerra. Teve diante de si líderes israelitas, falcões e pombas, e sempre optou pela mesma via - a sistemática destruição de toda via de acordo. E um profundo desprezo pela vida humana, a vida de sua própria gente. Parece-me o pior dos líderes para uma causa que deveria ter estratégias de mais altura e maior sentido de justiça. Arafat não serve à causa palestina. Arafat perverte-a.

Adicionalmente, Arafat é um político corrupto. «Um relatório interno afirmou que a corrupção, a malversação de fundos públicos e a ineficiência no governo atingia níveis preocupantes e que quase a metade dos 800 milhões de dólares do orçamento fora desperdiçada. A comissão chegou a recomendar que três ministros fossem submetidos a julgamento, porém Arafat confirmou os três na reforma do gabinete».

Um relatório do FMI, sobre as contas bancárias palestinas, entre 1997 e 2003, cita que cerca de US$ 900 milhões dos fundos da Autoridade Palestina, financiados em parte por países doadores, teriam sido desviados para contas secretas em outros lugares, por gente de Arafat. E este relatório cita também que não se têm notícias do destino dado por Arafat a US$ 74 milhões, que estavam em suas mãos. Apesar de Arafat ter negado todos esses casos de corrupção dentro da Autoridade Palestina, mais de uma centena de membros da Fatah renunciaram colectivamente, exigindo mais democracia dentro do partido e dentro da Autoridade Palestina, como também exigindo o fim da corrupção naquelas instâncias.

Recentemente a justiça francesa abriu uma investigação sobre transacções multimilionárias relativas a contas bancárias de Suha Arafat, mulher de Yasser Arafat. Membros do governo francês disseram terem sido contactados pelo Banco da França, que teria descoberto que quase US$ 1 milhão por mês estava sendo transferido da Suíça para as contas de Suha Arafat. As translações totalizariam 9 milhões de Euros e teriam sido realizadas entre Julho de 2002 e Julho de 2003.

Sharon é um falcão e um belicista. Mas foi posto no lugar que ocupa pelo voto popular e sairá desse lugar pelo mesmo voto. Arafat está há cerca de 40 anos na direcção da OLP e só sairá de lá pela acção da natureza. Arafat já passou por meia dúzia de presidentes americanos e sobreviveu a inúmeros atentados e a dirigentes históricos de Israel, como Menachem Begin e Yitzhak Rabin. E sobreviverá, certamente, a Sharon.

E o que há de perversão na nossa sociedade é que é politicamente correcto diabolizar Sharon e santificar Arafat. Ora entre os dois ... venha o diabo e escolha. E que o diabo escolha de preferência Arafat, porque, se o fizer, o eleitorado israelita se encarregará, em seguida, de mandar Sharon para o diabo. Escolhe um, fica com dois e livra o mundo de um quebra-cabeças.

Publicado por Joana às março 25, 2004 10:01 PM

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Comentários

DESONESTIDADE INTELECTUAL

(...)Sharon é um falcão e um belicista. Mas foi posto no lugar que ocupa pelo voto popular e sairá desse lugar pelo mesmo voto. Arafat está há cerca de 40 anos na direcção da OLP e só sairá de lá pela acção da natureza.(...) , joana dixit.

Apelida-se de DESONESTIDADE INTELECTUAL quando , por exemplo , deliberadamente se omite um facto que a ser relatado alterará em parte ou no seu todo as conclusões duma dada afirmação.

Joana :
podia ter informado os seus leitores que Arafat foi eleito pelo voto popular.Era tão simples e escusava de ter sido apanhada nas curvas da demagogia.

Publicado por: zippiz às março 25, 2004 11:06 PM

Vejo que há quem acredite na democracia palestiniana. Provavelmente também acreditou na democracia hitleriana e na salazarista.
Então os paises árabes são do mais democrático que há.
Será apenas ingenuidade?

Publicado por: fbmatos às março 26, 2004 12:07 AM

Joana, agora você virou revisionista histórica profissional ? Quer reescrever a história ?
Confundimos ocupantes (necessariamente criminosos de guerra, como o porco SSharon) com dirigentes da resistência de um povo ocupado(necessariamente heróis e patriotas, como o Nobel de Paz Arafat) ?

Sabe como é que chamava durante a II Guerra aos que se mancomunavam com as tropas de ocupação ? Colaboracionistas, e acabaram quase todos atados a um poste com doze balázios no coirão...

Publicado por: euroliberal às março 26, 2004 09:16 AM

zippiz: Julgo que é apenas boa vontade a sua ao querer vender a ideia que a AP é uma organização democrática.
Um país onde um alto dignitário tem que fugir, por temer pela vida, pelo facto de ter denunciado as vigarices financeiras de Arafat, vigarices aliás que são mais ou menos conhecidas no mundo inteiro (excepto na área controlada pela AP), não é democrático.
Saddam não conseguiu 99% do voto popular? Isto para não falar dos plebiscitos de Hitler ou das eleições salazaristas.
Eu acredito que os votos depositados nas urnas dariam a vitória a estes 3 ditadores, talvez não pelas percentagens anunciadas, mas vitória quando mesmo. Mas isso não é democracia.
Para haver democracia tem que haver livre escolha, alternativas e, acima de tudo, meios de comunicação livres e ausência de possibilidade de manipulação.

Há uma coisa que me indigna em tudo isto: é a permanente tentativa de branqueamento de regimes ditatoriais e corruptos, por serem do 3º mundo, e a permanente tentativa de caluniar regimes democráticos que, cometam ou não erros, estão permenentemente sujeitos ao escrutínio popular.

E isto, meu caro zippiz, não é apenas ingenuidade.

Publicado por: Joana às março 26, 2004 09:19 AM

Joana, tem toda a razão no que aponta sobre a corrupção e ausência de democracia da AP.
Permita-lhe todavia que lhe recorde que, numa região espartilhada, semi-ocupada, em que os habitantes têm dificuldade em se moverem, é difícil haver uma democracia plena, embora me pareça que a AP é um triste exemplo nessa matéria

Publicado por: vitapis às março 26, 2004 10:50 AM

Euroliberal: as suas tiradas, que mais parecem de extrema-direita trauliteira do que de um "liberal", fazem mais contra o que pensa estar a defender, do que aqueles que você ataca.
Você usa uma linguagem terrorista que se vira contra si próprio. Isto por muita simpatia que o que defende possa merecer

Publicado por: vitapis às março 26, 2004 10:53 AM

Esto de acordo que a diabolização do Sharon e o branqueamento do Arafat é um dos resultados da manipulação dos órgãos de informação pela esquerda.
Nenhum deles é flor que se cheire

Publicado por: Sharafat às março 26, 2004 12:11 PM

Joana escreveu:

"E também não se disse nada do facto de que Mohammed Atta (um dos terroristas que pilotava um dos aviões sequestrados no dia 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos e arremessado contra as Torres Gémeas do World Trade Center, em Nova York) já havia perpetrado atentados em Israel e que, encarcerado em Israel, foi libertado graças aos acordos de Oslo e graças também à pressão do governo de Clinton"

Considero-me uma pessoa relativamente bem informada mas disposta a aprender pelo que gostaria de saber de que fonte retirou a informação acima referida...nomeadamente a de que Atta teria sido presioneiro dos israelitas!!!

Publicado por: amsf às março 26, 2004 02:47 PM

A propósito, de hoje no on-line:
Imagens terríveis
Henrique Monteiro
Há imagens terríveis e esta semana pudemos ver duas excepcionalmente marcantes. Uma foi a de um líder terrorista, Ahmed Yassin, um velho quase cego e tetraplégico, feito numa massa de sangue depois de atingido por dois mísseis israelitas. Outra foi a de um rapaz palestiniano de 14 anos com um ligeiro atraso mental, Abdo de seu nome, carregado de bombas para matar israelitas, garantindo que não queria morrer, contrariando deste modo os que o enviaram para a morte.

É possível passar horas, dias, anos a discutir de quem é a culpa, quem começou a guerra, quem é responsável, mas nada se contribuirá para que a violência diminua. Abdo, como o seu companheiro de 10 anos, que há cerca de uma semana também caminhava para a morte com o corpo repleto de bombas, nem podem saber por que motivo combatem. Yassin, há mais de Maio século na sua cadeira de rodas, instigava o terror e os atentados provavelmente convicto de que estava a servir o seu Deus. Os que o mataram juram que o fazem para preservar a sua própria segurança, a segurança do seu país e do seu povo.

Olhemos para trás, para as guerras de um passado distante. Arriscaremos dizer a quem assistia a razão quando os turcos tomaram Constantinopla ou muito antes quando os cristãos arrasaram Jerusalém? Apenas sabemos dos actos bárbaros, desumanos, que em nome de ideias, de raças, de religiões ou da própria sobrevivência dos povos foram cometidos. Que diremos dos Hunos ou dos Mongóis, das barbáries dos romanos ou dos visigodos; que diremos senão que a nossa História?

Vemos, agora que o equilíbrio do terror terminou pelo colapso da URSS, tal e qual somos e, possivelmente sempre fomos. Yassin ou Abdo, como Sharon e os líderes israelitas são produtos de velhíssimos conceitos. Podemos discutir as suas causas, podemos condenar os seus métodos. Mas é impossível diabolizar um dos lados sem imediatamente perder a razão.

Publicado por: Hector às março 26, 2004 03:21 PM

É bom que se comece a escrever que Arafat não é a vítima, mas também um criminoso.
O 11 de Setembro fez abrir os olhos para o facto de que não há terrorismos maus e outros assim-assim. É tudo terrorismo.
Os palestinianos festejaram o 11 de Setembro nas ruas. Muitos dos que aqui choram lágrimas de crocodilo pelo terrorista que foi executado devem ter-se regozijado interiomente quando viram os aviões chocarem com as torres gémeas. Mas o 11 de Setembro obrigou a que se visse o terrorismo de outra maneira.

Publicado por: J Ribeiro às março 26, 2004 10:01 PM

Morte ao terrorista Sharon e aos Bushistas

Publicado por: Cisco Kid às março 27, 2004 01:34 AM

Morte ao terrorista Sharon e aos Bushistas

Publicado por: Cisco Kid às março 27, 2004 01:34 AM

Morte ao terrorista Sharon e aos Bushistas

Publicado por: Cisco Kid às março 27, 2004 01:34 AM

Arafat é um patriota e não merece estes insultos

Publicado por: Cisco Kid às março 27, 2004 01:35 AM

Concordo com o que a Joana escreveu. Fala-se muito da maldade de Sharon, mas esquece-se Arafat.

Publicado por: FilipaZeitzler às março 27, 2004 10:38 AM

Pergunta pertinente: se os 52 mortos palestinos permitem equiparar Jenin com Auschwitz, com o quê se deveria comparar o milhão de mortos no processo de islamização do Sudão, ou os 100.000 mortos do integrismo argelino ou as 20.000 vítimas trucidadas por Hafez al-Assad na sublevação islamita de Hana? E os mortos palestinos do Setembro Negro?


D. Joana

Você, já várias vezes, teve a amabilidade de me responder deste modo:
- colocou tudo no mesmo saco
Pergunto, o que tem Arafat a ver com:
Sudão, Argélia...?

Você "pinta" Arafat, como mais um Frankeinstein,
e os Europeus pintam-no mais à Picasso, com sentimento, com coragem, representando David contra Golias. ( a PINTURA...é uma questão de olhares...)

Continuo a não perceber, esta sua tendência de estar sempre ao lado dos opressores, e tentando tarefa inglória de "incriminar" quem se defende.

Qualquer adulto, sabe, que Guerra é Guerra. Ora isto quer dizer, mortos, mortos e mais mortos, sangue de inocentes (dos 2 lados) etc, etc, etc.

Também qualquer Adulto sabe, que numa guerra, a solução está no mais forte e não no mais fraco.
Ah ! já me esquecia, o mais fraco, também tem a solução na mão..é render-se, subjugar-se ao domínio do mais forte !!! É isto que você Condena e não aceita de maneira nenhuma, que Arafat, não tenha sangue de ESCRAVO !!!

Aliás é só este pequeno pormenor, que faz dele um Grande Líder, o tal Herói para o seu Povo, bem como para a maioria do Povo Europeu.
(questões de olhares...)

Publicado por: Templário às março 27, 2004 12:09 PM

Ao Zippiz

Acha que a JOana sabe, que Arafat é o PRESIDENTE, da Palestina, eleito pelo seu povo ?

Lembra-se de uma jornalista (julgo que não era a Joana) que ao enrevistar Arafat, julgava que estava a entrevistar um gajo qualquer na rua, e Arafat, muito calmamente e com um olhar fuzilador, lhe diz:
A senhora está a falar com o Presidente da Palestina...ela engasgou-se... já nem sabia que perguntas fazer...

Publicado por: Templário às março 27, 2004 12:18 PM

Classificação de terroristas:

A tríade:
Number one : Bush
Number two: Sharon
Number Special: Putin


Ajudantes e conselheiros:
Blair, Aznar, Berlusconi

Moços de recados:
Durão, Polónia ( nem sei como se chama esse marmelo)

Aprendizes de Terroristas:
Saddam, Bin Laden, Arafat

As Maiores e mais poderosas organizações, que sabem e têm altos especialistas em terrorismo:
Number one : CIA
Number Two : Mossad
Nº Special KGB

Aprendizes de Terroristas:
Ira, ETA, AL-Kaeda,

Publicado por: Templário às março 27, 2004 12:28 PM

Um relatório do FMI, sobre as contas bancárias palestinas, entre 1997 e 2003, cita que cerca de US$ 900 milhões dos fundos da Autoridade Palestina, financiados em parte por países doadores,

O que se esqueceu este relatório:

1º quem são os Países financiadores de tantos milhões

2º quem lhes forneceu o relatório ?
Deve ter sido pessoalmente o Arafat !!!

3º Onde é que o FMI, foi buscar estas informações tão certinhas ?

4º Porque não diz o FMI, que os EUA, investiram e desviaram para contas Particulares muitos mais milhões, para financiarem actos terroristas?

5º Qual é o orçamento, Legal, Público, aprovado pelo Senado dos EUA, para estes fins ?
Será, que não é várias vezes estes montantes?

6º Porque insiste, em divulgar tanta mentira, para branquear os que brincam com isto tudo e têm o poder de mandar matar quem querem, onde querem, à hora que querem, e quando são apanhados, vem com aquela cara de santinhos, a dizerem que estavam enganados ?

Publicado por: Templário às março 27, 2004 12:39 PM

A propósito, do Público:
Relativismos
Por HELENA MATOS
Sábado, 27 de Março de 2004

"Um grande obstáculo à paz foi removido", afirmou Pepetela. "Penso que se deu uma alteração qualitativa na situação e que estão criadas as condições para que a paz chegue", disse Carlos Carvalhas. A alteração qualitativa referida por Carlos Carvalhas nesta sua declaração nascia do assassinato de um líder, mais precisamente do anúncio, em Fevereiro de 2002, de Jonas Savimbi pelas tropas do MPLA. O próprio secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, aconselhou todas as partes do conflito angolano a tirarem partido da situação criada com a morte de Savimbi e a avançarem com o processo de paz.

Dois anos depois, o assassinato dum outro líder, xeque Ahmed Yassin, causou uma enorme consternação mundial, levando alguns destes mesmos protagonistas a considerarem que, com este assassinato, se tinha comprometido a paz. O que distingue o assassinato de Savimbi do do xeque Ahmed Yassin? E isto para nem entrarmos noutro tipo de comparações que nos levariam ao perfil, sem dúvida diverso, destes dois líderes.

Publicado por: Mocho às março 27, 2004 02:42 PM

E já agora, do mesmo artigo:
Esta gradação na forma de reagir ao assassínio torna-se ainda mais gritante quando não se fala de líderes mas sim de pessoas completamente alheias aos conflitos. Como os jornalistas, por exemplo. Há um ano, morreram dois jornalistas espanhóis no Iraque. Tudo indica que Júlio Parrado e José Couso, os jornalistas em questão, foram mortos por disparos efectuados por tropas norte-americanas. Em Espanha, foram inúmeras as homenagens póstumas aos dois jornalistas e quase mil manifestantes juntaram-se diante da embaixada dos EUA acusando o Governo daquele país do assassínio dos dois repórteres: "Bush, Sharon, terroristas son", "Esos de ahí enfrente matan a la gente" o "Esta embajada está contaminada" foram algumas das palavras de ordem pronunciadas nessa manifestação.

Já neste ano, outro jornalista espanhol morreu ao fazer a cobertura dum conflito. Tratava-se de Ricardo Ortega e não sobreviveu aos disparos que sofreu quando cobria uma manifestação no Haiti. Foram os partidários do ex-Presidente Aristide que dispararam sobre Ricardo Ortega e outros colegas. O cadáver de Ricardo Ortega foi recebido, em Espanha, com tristeza e comoção pelos seus familiares e colegas. Mas a sua morte é um caso definitivamente encerrado, pois não morreu no Iraque mas sim no Haiti.

Publicado por: Mocho às março 27, 2004 02:48 PM

e ainda:
O ódio aos EUA tornou-se no denominador comum dos desiludidos do comunismo e duma esquerda que, sem acreditar de facto no socialismo como alternativa, não propõe mais nada que medidas tipo "Compensan" aos exageros da economia de mercado. Tornaram-se reactivos, reaccionários no sentido em que se limitam a dizer o que não querem. E o resto é um imenso vazio preenchido com declarações que oscilam entre a Madre Teresa de Calcutá e o rap, à luz das quais a África e o Médio Oriente são transformados numa multidão de desvalidos, a acudir com muitos concertos. Já não se exportam ideologias. Mandam-se ONG. Pelo caminho, fazem-se declarações de fé na paz e lastimam-se as mortes. Embora, claro, existam umas mortes que são mais lamentadas que as outras.

Publicado por: Mocho às março 27, 2004 02:51 PM

Templario:
Não foi apenas Arafat a ser "eleito pelo povo".
Outros respeitáveis políticos têm tido grande adesão popular - Saddam com mais de 99%, todos os ditadores nazis e fascistas, cujos plesbicitos nunca deram menos de 95% de adesões, os partidos comunistas dos países de regime comunista, que tinham a unanimidade nas eleições, etc.
Vejo que você é adepto destes regimes.

Publicado por: Mocho às março 27, 2004 02:55 PM

Mocho:
Quem defende velhinhos tetraplégicos que enviam para a morte miúdos deficientes mentais de 14 anos, que nem sabem o que vão fazer ao certo, é tão mau como eles.

Publicado por: Rave às março 27, 2004 03:06 PM

Mocho, uma correcção: é pior. Porque o velhinho tetraplégico ainda tem o alibi de viver numa civilização medieval, agora estes defensores dos terroristas nem sequer têm esse alibi

Publicado por: Rave às março 27, 2004 03:07 PM

Joana ,
Vc com estes apoios e amigos está no bom caminho...
e a propósito , já foi aos seus arquivos verificar aquele por(maior) acerca da eleição de Arafat ? Vc responde que Hitler foi eleito por votos populares . Muito bem . Bush e Putin também !
Eu até nem tinha feito nenhum juízo de valor acerca da eleição de Arafat. Limitei-me a constatar uma OMISSÃO no seu comentário e a chamá-la de demagoga. Mas Vc não fez por menos e , qual Arquitecto do Expresso , vá de chamar terrorista a quem não está de acordo consigo. Diferenças !

Publicado por: zippiz às março 28, 2004 07:15 PM

zippiz em março 28, 2004 07:15 PM:
Acredito que quem esteja apostado na democracia participativa tenha dificuldade em distinguir eleições em regimes como o de Saddam ou de Arafat, onde não há alternância democrática, mas apenas o voto plebiscitário e manipulado, das eleições nas democracias ocidentais (incluindo a israelita).
Portanto, caro zippiz, nada posso fazer.

Publicado por: Joana às março 28, 2004 10:56 PM

Coloco novamente este texto por não ter obtido resposta...Desinformar também pode ser considerado terrorismo...

Joana escreveu:

"E também não se disse nada do facto de que Mohammed Atta (um dos terroristas que pilotava um dos aviões sequestrados no dia 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos e arremessado contra as Torres Gémeas do World Trade Center, em Nova York) já havia perpetrado atentados em Israel e que, encarcerado em Israel, foi libertado graças aos acordos de Oslo e graças também à pressão do governo de Clinton"

Considero-me uma pessoa relativamente bem informada mas disposta a aprender pelo que gostaria de saber de que fonte retirou a informação acima referida...nomeadamente a de que Atta teria sido presioneiro dos israelitas!!!

Afixado por amsf em março 26, 2004 02:47 PM

Publicado por: amsf às março 29, 2004 11:19 AM

Cara Joana

Ao contrário da sua habitual lucidez, que não apaga as suas formas de estar e interpretar o mundo, legítimas como o são todas as formas de pensar livremente, e de tomar partido, parece que desta vez, e para surpresa minha terá perdido um pouco da sua habitual lucidez, desapego pelo que analiza, preferindo antes adoptar uma atitude de lobos a atrirarem-se à presa - A Arafat, perceba-se.

Dizer que se endeuza Arafat e a Fatah, e se demoniza Sharon é uma falácia, do mais primário que existe.

Primeiro porque o que está em causa no conflito israelo-palestiniano não é uma luta de galos, nem sequer um duelo pessoal entre Sharon e Arafat.

Trata-se de culturas e de povos, ambos semitas, que pretendem ocupar e partilhar um espaço tão pequeno, que dificilmente, a menos que nas mãos de gente de bom senso se colocasse essa questão, é difícil que tal disputa não degenerasse num conflito armado.

Afirma a Joana que de demoniza Sharon, deixando subentendido que se endeusa Arafat.

Arafat é o líder da Fatah, líder popular resistente de décadas e alvo recorrente das fúrias dos chamados falcões de Israel.

Arafat está virtualemhte prisioneiro dos belicistras de Telavive.

Pode sair de Ramalah quando quiser, apenas os Israelitas não garantem que o deixem regressar.

E Arafat prefere ficar prisioneiro nas ruinas em que se tornaram o seu palácio presidencial, que ocupa porque para tal foi eleito pelo seu povo.

Prescinde de mais um exílio num país amigo.

Se alguns demonizam Sharon outros endeuzam-no, como se de um salvador dos hebreus se tratasse.

Como se se fizessem esquecidos de que a população israelita nunca viveu em tão grande falta de segurança como desde que Sharon e os extremistas religiosos tomaram conta da maioria do parlamento.

E outros demonizam Arafat e a causa palestiniana, mesmo deixando em aberto se é Arafat o legítimo representante do povo palestiniano, esquecendo a crescente influência do Hamas, particularmente em Gaza.

Parece que a Joana é do grupo dos que demonizam Arfat, e supondo que a Joana é gente, como nós e como os palestinianos e israelitas, não pode com ligeireza dizer que se endeuza um (o Arafat responsável pelos atentados de Munique em 72, e que "injustamente" se demoniza Sharon, esquecendo as suas responsabilidades sobre as tragédias que se passaram no Líbano no início dos anos 80 (Sabra e Chatila).

Finalmente argumenta pela pouca seriedade da administração da AP e de Arafat.

Que há corrupção, e que a cúmplice UE "esquece" esses deslizes para poderem continuar a apoiar a AP e a causa palestiniana.

Felizmente, ou infelizmente naquela zona Arafat não está sozinho, também nesse campo.

Parece que se um dia Sharon se sentar num banco de tribunal, não o será como crimonoso de guerra, provavelmente enfrentando o mesmo tipo de acusações que se assacam a Milosevic, mas exactamente como corrupto.

E os tribunais israelitas parecem estar a tratar disso.

Mas numa coisa, e apesar da Joana dizer que entre os dois venha o diabo e escolha, e não acreditando que a Joana seja o Diabo, penso que a Joana já fez a sua escolha.

Compreensível e previsível.

Mas o que tem a dizer dos assasinatos selectivos?

Concorda com essa forma de se sutraís à Justiça de um suposto Estado de Direito os que são suspeitos de actos "terroristas"?

Ou simplesmente activistas?

Publicado por: Al_Mansour às março 29, 2004 11:30 AM

Ora...
Como estamos sempre a aprender...temos assim 2 tipos de eleições democráticas:

- as que obtêm elevadas percentagens, tipo 80% ou 90 %, não valem...tipo a de Másrio Soares com 75%

- e as outras...são as válidas..pois há muitos opositores, como nos EUA....

Publicado por: Templario às março 29, 2004 11:35 AM

Respondendo à questão posta por um comentarisra:

[The Australian, 2001]
Much was made about Osama bin Laden's network and how difficult these people are to find. Yet Mohammed Atta, who piloted one of the planes that crashed into the World Trade Centre, was a prime suspect in the 1986 terrorist bombing of a bus in Israel. How does someone like that — none of the hijackers used aliases — get into the US?
-------------------------------------------------
[San Francisco Chronicle, 2001]

According to a number of published reports, though most chillingly detailed in the Los Angeles Times, at least one of the suicidal hijackers, Mohamed Atta, managed to travel in and out of the United States on an expired visa. This despite the fact that Atta was on the government's watch list of suspected terrorists and had been since 1986 when he was implicated in a bus bombing attack in Israel.

[Boston Globe, 2001]
At least one of the Boston hijackers, Mohamed Atta, was able to enter the United States despite having been implicated in a 1986 bus bombing in Israel, according to federal sources. In interviews with the Globe yesterday, flight instructors in Florida said that it was common for students with Saudi affiliations to enter the United States with only cursory background checks, and sometimes none.

Contudo depois começou a haver dúvidas sobre se será a mesma pessoa. Como essa discussão tem a ver com as medidas de segurança da administração americana é difícil descortinar a verdade.

Mas pode ser um caso de erro de identificação.

Publicado por: Hector às março 29, 2004 12:16 PM

E já agora, apoiar os terroristas é também uma forma de terrorismo.
Mais hipócrita.

Publicado por: Hector às março 29, 2004 12:18 PM

Templário:

Desconnfio que para a Joana uma eleição perfeitamenmte legítima é que levou Bush à presidência, apesar de ter tido menos votos directos que o seu adversário.

E apesar daquela trapalhada das contagens e recontagenms dos votos na Florida.

Estado cujo governador era curiosamente um irmão do actual presidente dos EUA.

Que grande trapalhada essa dos "votos grávidos" e das máquinas do tempio de Al Cappone para contar os votos, que grande trapalhada a eleição de Bush!

No entanto foi legítima à luz da lei dos EUA.

Publicado por: Al_Mansour às março 29, 2004 02:16 PM

Caro Sr. Hector!

Se fosse um individuo intelectualmente honesto teria colocado aqui a informação que certamente encontrou, ao fazer a pesquisa num motor de busca,
de que posteriormente confirmou-se que a informação veiculada por alguma imprensa fora fruto de um erro de identidade...o Atta de 1986 não é o mesmo Atta de 2001, o sr. sabe disso e a D. Joana também...

Publicado por: amsf às março 29, 2004 04:57 PM

Dom amsf
Relativamente à questão do Atta, citei-a de memória porque tinha lido algures, há algum tempo.
Segundo parece, verifico agora que afinal haveria 2 Mohamed Atta. Portanto equivoquei-me.
Todavia não vejo em que medida esse equívoco retire validade ao que escrevi.

Reconheço todavia que esse equívoco tem importância: Quando se é a favor da democracia, do primado do Direito e contra a intolerância, tem que ser rigoroso.
Os intolerantes, os anti-democratas, os que rejeitam o primado do Direito, os directa ou indirectamente favoráveis ao terrorismo, podem verter as maiores baboseiras, exageros, mentiras, que não têm problemas, pois ninguém espera que, além do canhoneio verbal, haja algum rigor por trás.

Publicado por: Joana às março 29, 2004 08:22 PM

Al_Mansour em março 29, 2004 11:30 AM
Você escreve:
“Parece que se um dia Sharon se sentar num banco de tribunal, não o será como crimonoso de guerra, provavelmente enfrentando o mesmo tipo de acusações que se assacam a Milosevic, mas exactamente como corrupto.
E os tribunais israelitas parecem estar a tratar disso”.

Se você tivesse um raciocínio equilibrado concluiria que enquanto Sharon se irá, provavelmente, sentar no banco dos réus, Arafat continua incólume e os que o denunciam que têm que fugir da Palestina.

Não percebe a diferença?

Chora lágrimas copiosas pelo assassinato extrajudicial do Xeque Yassim. E as inúmeras execuções sumárias ou extrajudiciais que ocorrem na Palestina controlada pela AP e ordenadas por esta?

São revolucionárias?

Publicado por: Joana às março 29, 2004 08:26 PM

Se Al Gore aceitou as contagens e recontagens de votos na Florida, não consigo perceber porque é que os apoiantes de Arafats, bin Ladens, etc. persistem em considerar que Bush fez batota nas eleições.

E não foi apenas Al Gore, como também o partido democrático e os meios de comunicação.

Publicado por: Joana às março 29, 2004 09:06 PM

Sharon é um modelo de virtudes e um exemplo a seguir. Pelo menos, permitiu-nos identificar os adeptos dos esquadrões da morte da polícia brasileira.
Neste Novíssimo Evangelho segundo santa Joana, remete-se Arafat para as profundas do Inferno e manda-se Sharon gozar a reforma política para uma estância balnear.
Há outra conclusão instrutiva: pode-se ser terrorista e cometer crimes abomináveis, desde que se tenha sido eleito pelo voto popular. Foi o que aconteceu com Hitler, por acaso...
# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela citando (M)arca Amarela às março 29, 2004 09:11 PM

«O que distingue o assassinato de Savimbi do do xeque Ahmed Yassin? E isto para nem entrarmos noutro tipo de comparações que nos levariam ao perfil, sem dúvida diverso, destes dois líderes.»

(Mocho em março 27, 2004 02:42 PM )

Vá tomando nota:
1 - Savimbi chefiava um exército em guerra contra o Estado angolano.
2 - Savimbi era angolano, morreu em território angolano e foi morto por angolanos.
3 - Savimbi morreu de armas na mão.
4 - Savimbi morreu durante uma operação militar.
.... etc....

E isto, como você escreveu, para não entrarmos noutro tipo de comparações, que nos levariam ao perfil, sem dúvida diverso, destes dois líderes...

Publicado por: (M)arca Amarela às março 29, 2004 09:20 PM

Parece que estou condenado a ver o «MA citando MA», só porque sou um bocadinho distraído. Não se pode eliminar isso da lista de nomes?
# : - )

Publicado por: (M)arca Amarela às março 29, 2004 09:25 PM

(M)arca Amarela: Eu não escrevi que "Sharon é um modelo de virtudes e um exemplo a seguir".
Apenas escrevi que são ambos favoráveis à guerra, que são parte do problema e não a sua solução.
Apenas têm uma diferença: Sharon foi eleito democraticamente e será apeado democraticamente, ou por questões de ter de prestar contas à justiça.
Arafat está na chefia dos palestinianos há 40 anos, nunca foi eleito democraticamente e por muita corrupção em que esteja metido, metendo ao bolso o dinheiro doado ao seu povo, nunca será apeado nem prestará contas à justiça.

Percebeu?

Publicado por: Joana às março 29, 2004 09:32 PM

«Percebeu?»

Afixado por Joana em março 29, 2004 09:32 PM

Eu percebi. Você é que parece que não.
Quem escreveu "Sharon é um modelo de virtudes e um exemplo a seguir" fui eu.
O parágrafo que lhe é destinado é o terceiro.
Percebeu?

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às março 29, 2004 10:42 PM

amsf- Por falar em honestidade, se você sabia disso, porque se andou a fazer de ingénuo?
Explico porquê - Porque sabia que a primeira versão, duante algum tempo, e dada terem o mesmo nome e serem ambos terroristas, se pensou serem a mesma pessoa, como diversos jornais e meios informativos noticiaram.
Portanto, se você fosse honesto a argumentar teria dito isso mesmo: que tinha havido confusão de identidades mas que depois se concluiu que deveria ser outro.
Em vez disso andou com essa rábula a tentar pescar em águas turvas.

Publicado por: Hector às março 30, 2004 01:17 AM

(M)arca Amarela, você acha mesmo que "Sharon é um modelo de virtudes e um exemplo a seguir" ?
Não me parece. Talvez não seja tão hipócrita como Arafat, mas não fica atrás deste em intenções bélicas.

Publicado por: Hector às março 30, 2004 01:23 AM

Hector: A questão é que e extrema esquerda actual (que começa numa linha situada algures nas imediações ideológicas de Ferro Rodrigues e Ana Gomes) tornou-se a herdeira do trauliteirismo da extrema direita nazi e fascista.
Com a agravante de que é trauliteira, mas queixa-se do “trauliteirismo da direita”, é favorável ao terrorismo mas, hipocritamente, ao “bom”.

Publicado por: Joana às março 30, 2004 09:12 AM

Já que diversos comentaristas levantaram a questão, gostaria de saber qual foi a eleição democrática que elegeu Arafat e em que circunstâncias se realizou e se verificou ser democrática.

Publicado por: Joana às março 30, 2004 09:13 AM

Cara Joana e Hector!

Simplesmente não gosto de ventrilocuos que se limitam a repetir as muitas mentiras que pululam na comunicação social...não gosto de pessoas que levam à práctca o aforismo de que uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade...a historieta das armas de destruição em massa é um exemplo típico duma dessas situações...milhares morreram porque milhares de jornalistas "patriotas" se limitaram a repetir aquilo que o seu presidente afirmava...em democracia a comunicação social deve estar ao lado da verdade...jornalismo "patriota" já basta os comentadores desportivos das selecções...

Publicado por: amsf às março 30, 2004 10:12 AM

Joana

Como previ ontem, parece que de dia para dia você parece perder a serenidade e a objectividade na análise.

Compreende-se se for propositado, para incutir polémica ao seu blogue, e assim poder ter mais leitores e comentários.

Mas não abona em relação à Verdade.

Comecemos pela sua resposta ao meu texto:

Diz que um dia Sharon se sentará num trbunal e Arafat não.

E onde é que a Joana leu de mim que a AP era uma instituição com um funcionamento perfeitamente democrático, e que Israel não o era?

E por acaso, a Jordânia ou o Egipto, por serem pró-ocidentais serão mais democráticos que a Síria?

Mas julgo que o que a tramou e me dá razão é a sua afirmação de que a extrema esquerda actual se situa algures entre Ana Gomes e Ferro Rodrigues. Que é trauliteira e se queixa do trauliteirismo de uma certa direita.

Enfim...

E que somos todos apoiantes de Arafat e de... Bin Ladden !!!!


Tenha calma, Joana.

Publicado por: Al_Mansour às março 30, 2004 10:54 AM


A Eleição de Arafat

Como se sabe, em democracia, há vários modelos, presidencialista, semi-presidencialista, e Parlamentar.
Há presidentes eleitos no Parlamento.

Arafat foi eleito COMO O PRIMEIRO PRESIDENTE DA PALESTINA, pela Assembleia Palestiniana. Parece que ninguém se recorda... Ou já se esqueceram que tudo apontava e estava assinado para a DECLARAÇÃO DO ESTADO DA PALESTINA - INDEPENDENTE !!!

Publicado por: Templário às março 30, 2004 11:12 AM

As análises da Joana:

Joana peca por ser mulher...nada mais..passo a explicar:

- Ela tem dados/informação que manipula como qualquer politico ou partidário de A,B,C. Nisto não há fiferenças, mas há algo que difere muito dos homens:
- é o seu olhar feminino..ora este olhar, não lhe devia toldar o pensamento, mas o que é certo, é que em certos casos, até mete o olhar à frente do pensamento.
O seu pensamento é de direita mas...
-Não gosta de CHIRAC, que é a beleza da Direita na Europa (pelo ar Napoleónico )
-também não gosta de Sharon (é gordo, parece mesmo sabujo )

Do Arafat..será da touca que usa na cabeça?
prefere o chapéu, ou ficava-lhe melhor outra côr ?

Afinal nem é assim dificil perceber a Joana Conservadora dos Bons Costumes e Tradições |

Veremos a Joana a defender Santana se ele se Candidatar ? grrrrrr esse é horroroso Joana ! ar pedante, convencido que lhes dá a volta a todas.. por favor nesse não !

Publicado por: Templário às março 30, 2004 11:26 AM

amsf - Só se sabe que afirmações da comunicação social são mentiras ou equívocos (como foi este caso) depois de serem desmentidas.
Não sou nem ventríloquo, nem repito mentiras, desde que saiba que o sejam.
Mas desprezo aqueles que fazem rábulas de honestos quando apenas falam das "verdades" que lhes interessam.

Publicado por: Hector às março 30, 2004 02:05 PM

Caro Sr. Hector!

Para terminar só quero afirmar que o mundo não é preto e branco mas cinzento...com isto quero dizer que ninguêm é dono da razão...onde houver dois seres humanos (sem qualquer qualificativo de bom ou mau, terrorista ou nazi etc)haverá duas histórias para contar sobre a mesma situação pelo que sou contra qualquer tentativa de diabolização daquele que possamos considerar inimigo.

Só intervi para corregir uma "desinformação" que constava do texto da Srª Joana...

Publicado por: amsf às março 30, 2004 04:59 PM

Quem ler este arrazoado de comentários há de julgar que o problema principal de Portugal é a questão entre Sharon e Arafat. Se fosse sobre uma questão interna, teria meia dúzia de comentários.

Publicado por: Rui Silva às março 30, 2004 09:15 PM

Sºamsf - Se acha que o mundo é cinzento (nem só preto, nem só branco) e que há razões de ambos os lados, então estamos de acordo.

Publicado por: Hector às março 30, 2004 09:19 PM

O criminoso do Sharon ainda tem muitos adeptos. Quando for preso hão de se calar.
Vai ser como o Al Capone.

Publicado por: Cisco Kid às março 30, 2004 11:24 PM

Quando for preso sucede-lhe outro ainda pior. O Netaniahu, por exemplo

Publicado por: Rave às março 31, 2004 12:05 AM

«Já que diversos comentaristas levantaram a questão, gostaria de saber qual foi a eleição democrática que elegeu Arafat e em que circunstâncias se realizou e se verificou ser democrática.»

Afixado por Joana em março 30, 2004 09:13 AM

Nenhuma. Por definição, as eleições em territórios não alinhados com os EUA os com os seus satélites não são democráticas.
Eleição democrática foi, por exemplo, a que deu a vitória a GW Bush na Florida.
# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às março 31, 2004 04:21 PM

(M)arca Amarela em março 31, 2004 04:21 PM:
A tese de que a democracia é uma questão de convenção já tem algumas décadas.
Por exemplo, o caso das democracias populares. Era uma convenção que fez lei durante décadas.
Julgava que essa forma de definir o que é uma democracia tinha caido em desuso. Felizmente você mantém essa tradição.
Bem ... ao menos você di-lo claramente. Outros comungam dessa tese, mas evitam ser tão claros.

Publicado por: Joana às março 31, 2004 09:33 PM

Arafat está sem qualquer trunfo. O terrorismo já não é trunfo, além do que ele perdeu o controlo dos grupos.
As ameaças do Hamas e de outros já não são trunfos porque Israel sabe que com ou sem ameaças, eles só não fazem atentados se forem impedidos. Portanto não há qualquer margem de negociação.
A Europa já não tem voz na matéria, porque está desacreditada perante todos.
Portanto ...

Publicado por: Cerejo às abril 24, 2004 01:14 AM

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