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fevereiro 01, 2004

A Ressaca Hutton

Depois de algumas horas de estupor perante a visão de uma mundividência estranha e contrária aos nossos costumes, os jornalistas puro sangue lusitano começaram a reagir ao relatório Hutton.

E era urgente, porquanto o próprio PR, que normalmente só diz banalidades, quinta-feira à noite afirmava peremptoriamente, no Porto, que Portugal «precisava era de um Lord Hutton». O PR teria a desculpa de estar adrenalinizado pelo caso das cartas anónimas, mas os jornalistas portugueses estavam confrontados com um péssimo exemplo, que instava erradicar antes que frutificasse.

No Público de hoje, dois nomes tão distantes como Mário Mesquita, o guru do jornalismo português, e Ana Sá Lopes, provavelmente a jornalista portuguesa em que o emaranhado das teias de aranha ideológicas que lhe sedimentaram o crânio mais distorcem a objectividade dos factos, congregaram forças e investiram contra o Relatório Hutton.

Uma das formas de viciar a objectividade dos factos é explicá-los inserindo-os numa ameaça conspirativa. E se essa ameaça for protagonizada pelas omnipotentes forças do mal (os patrões dos grandes grupos multimédia) contra as indefesas forças do bem ("serviços públicos" de televisão), então temos os condimentos necessários para empolgar os que querem ser convencidos. A prova era evidente e não escapou à mente perspicaz do nosso guru: o relatório Hutton foi noticiado, em primeira-mão, pelo tablóide "Sun", propriedade de Murdoch, através uma "fuga de informação"- eis a «prova» evidente e irrefutável da conspiração.

E o nosso guru, com um poder dedutivo potenciado pela necessidade de acudir à corporação dos jornalistas pouco escrupulosos em matéria de objectividade e de rigor ético, apercebeu-se, com limpidez, dos «bem encenados protestos de Blair e de Hutton» contra a violação do segredo de justiça que permitiu antecipar a publicitação do relatório e denuncia-os. Os factos que permitiram ao nosso guru uma dedução tão brilhante sobre a «boa encenação dos protestos», não foram aduzidos. Mas que importa, aos jornalistas puro sangue lusitano, o embaraço incómodo dos factos?

Está tudo explicado. E o nosso guru acrescenta “três quartos da reportagem investigativa do jornalista Andrew Gilligan era rigorosa e exacta. A acusação do "Hutton report" centra-se num único ponto, justamente considerado muito grave. Gilligan "apimentou" a sua reportagem com extrapolações abusivas. Este procedimento é condenável, mas não contamina toda a reportagem”.

Portanto, na opinião corporativa de Mário Mesquita, o facto de 25% da reportagem estar apimentada com extrapolações abusivas e serem estas justamente o motivo da polémica, e que indirectamente estiveram no suicídio de David Kelly, não contaminava a reportagem. Pois não, Mário Mesquita, não contaminava a reportagem para aqueles que queriam acreditar nas extrapolações abusivas; não contaminava a reportagem para quem tem uma ideia pouco escrupulosa do que deve ser o rigor da informação, nomeadamente quando as extrapolações abusivas incidiam sobre as informações de David Kelly, deixando de rastos a integridade profissional do infeliz biólogo britânico.

Outra forma de viciar a objectividade dos factos é inquiná-los com alegações moralistas. E, nesta vertente, também brilhou o nosso guru. Para Mário Mesquita, as passagens do "Hutton report" relativas às causas da morte de David Kelly representam um exercício conjugado de positivismo jurídico e de psicologia de cordel, e desrespeitam a sua memória. Portanto, julgar condenável a desobediência de um funcionário ao "código de conduta" da função pública, é desrespeitar a memória do mesmo.

Mário Mesquita está redondamente enganado. A forma de respeitar a memória de David Kelly é sublinhar que foi a sua integridade e as extrapolações abusivas sobre as suas declarações que o levaram ao suicídio. Para Mário Mesquita não existem "códigos éticos", mas para a integridade profissional de David Kelly existiam. Por isso ele se suicidou; por isso Mário Mesquita não percebe porquê; por isso eu escrevi há dias que estamos perante duas civilizações diferentes.


Quanto à depoente Ana Sá Lopes não vale a pena perder tempo com ela. O seu escrito é típico da facção que julga que os fins legitimam os meios. A intervenção militar no Iraque foi, na sua opinião, uma guerra injusta e Blair deve ser condenado. Portanto, qualquer que seja a matéria sobre que esteja a ser julgado, tudo o que ilibe Blair e o governo britânico, mesmo quando não é a justeza dessa intervenção que esteja a ser julgada, como foi o caso do inquérito Hutton, é de «um maniqueísmo extremo».

A invasão do Iraque é, para Ana Sá Lopes, o pecado original de Blair. Pior, visto o pecado original poder lavado na pia baptismal, enquanto que o pecado do apóstata Blair não tem lavagem possível. A partir deste vício de julgamento, qualquer comportamento de Blair sobre qualquer matéria ou objecto, está condenado à partida – pois quê, então ele não invadiu injustamente o Iraque?

Delenda Blair

Publicado por Joana às fevereiro 1, 2004 11:50 PM

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Comentários

Não parece que os profissionais da BBC estejam tão certos das suas tiradas NÃO IDEOLÓGICAS !

Vc ás vezes parece-se muito com o treinador Mourinho : para além de não saber ganhar , não sabe perder nem ...empatar !

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2004 12:04 AM

zippiz: O que é que eu perdi? Explique lá!

Publicado por: Joana às fevereiro 2, 2004 08:50 AM

JOANA ou D.JOÃO II

Considero que não perdeu tempo com a Ana Sá Lopes,se conseguir a sua regeneração.
Água mole em pedra dura...
O Mário Mesquita?
Vossa Alteza ainda tem tempo para discorrer sobre a ética dos jornalistas da nossa praça?

Vê-se que vive num mundo à parte e não os conhece.

Convide V.Alteza um para almoçar e pague o almoço.
Garanto-lhe que ele, nas suas costas, vai buscar a factura para meter nas despesas de representação.

Indique-me um que seja sério!

Publicado por: ZEUS8441 às fevereiro 2, 2004 12:57 PM

O Sr. Hutton é um palhaço ao serviço de BLIAR, o grande mentiroso!

Vejamos. O objecto do inquérito era saber se o Governo tinha ou não conhecimento prévio da falsidade (essa incontestada) da alegação de que Saddam dispunha de ADM's e que as podia utilizar em 45 minutos ! O sr. Hutton conclui que não havia conhecimento prévio e má-fé por parte do Governo e que a BBC prevaricara ao não comprovar antes da publicação a veracidade da sua alegação.

3 observações :

1) Hutton debruça-se apenas sobre um ponto acessório (boa-fé ou má-fé do Governo ao invocar um casus belli incontestavelmente falso), esquecendo o essencial (a falsidade em si mesma da justificação da guerra: a posse de AMD's por Saddam).

2) Segundo: censura a BBC por não ter comprovado (check) uma alegação mais que provável e credível face aos indícios existentes, MAS NÃO CENSURA BLIAR E O GOVERNO POR NÃO TEREM COMPROVADO PREVIAMENTE A INFORMAÇÃO MAIS QUE SUSPEITA DE QUE Saddam podia utilizar AMD's em 45 minutos. Parcialidade absoluta, tanto mais que este ponto é o essencial (e não acessório, como o outro) e o motivo determinante de uma guerra que vitimou 15.000 iraquianos. Sabe-se hoje que a informação dos 45 minutos proveio de um iraquiano exilado sem qualquer credibilidade, sem provas , não tendo sido minimamente analizada pelos serviços de informação. Mas Big Bliar precisava desesperadamente de pretextos...

3) Por fim, o aspecto essencial, o político: politicamente é praticamente o mesmo, quando se invoca um casus belli falso, que tenha havido dolo ou má-fé (conhecimento antecipado da falsidade), ou apenas negligência grosseira.

Se, de facto, Bliar não sabia que mentia (é difícil acreditar, mas também é difícil provar o contrário), não há, dúvida de que, de qualquer maneira, NÃO PODIA RAZOAVELMENTE IGNORAR A FALSIDADE DE UMA INFORMAÇÃO PROVENIENTE DE UMA ÚNICA FONTE NÃO INDEPENDENTE, SEM APOIO DE PROVAS E DE CUIDADOSA COMPROVAÇÃO !

A gravíssima e grosseira negligência de que pelo menos Bliar deu mostras (se não se der por adquirido o dolo) só pode ter uma consequência política: a demissão do caniche BLIAR, vergonha do reino Unido e da Europa ! o "relatório" do sabujo Hutton para branquear o traidor é uma tentativa canhestra e vã de tapar o sol com a peneira. Haverá um verdadeiro inquérito e BLIAR será demitido !

Publicado por: euroliberal às fevereiro 2, 2004 02:54 PM

Olha por onde anda o EUROLIBERAL,todo ele sempre anti-americano primário,em nome duma potência imaginária,a que ele quer que se dê o nome de Europa..
Um perigoso "terrorista" infiltrado,dando a falsa noção de que defende a Europa.
O ataque a Blair insere-se nessa estratégia e nada tem a ver com a grandeza europeia da sua imaginação doentia.
Este falso EUROLIBERAL é antes um membro do PCP,que aqui deposita a semente do velho ódio comunista à América.
Penso que estou em condições de desmascarar este EUROLIBERAL,uma vez que possuo dados seguros da sua identificação.
Custa dinheiro,mas consegue saber-se.

Publicado por: ZEUS8441 às fevereiro 2, 2004 03:14 PM

ZEUS8441 em fevereiro 2, 2004 03:14 PM

Meu caro, nem mesmo Zeus pode afirmar que consegue identificar um internauta a partir das suas ligações à net.
Quanto à sugestão de que o Euroliberal é um membro do PCP, isso só denota que estamos perante um Zeus de pés de barro. Uma leitura atenta dos comentários do Euroliberal mostra que ele anda por outras paragens.
Já agora, o PCP não tem ódio «à América», apenas porque não tem ódios a povos ou países. No léxico marxista, o PCP tem inimigos de classe. E esses toda a gente sabe quem são. Até admira que o pai dos deuses o ignore.
# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às fevereiro 2, 2004 05:40 PM

O Euroliberal é um pobre diabo. Porquê tanta agitação?

Publicado por: Rave às fevereiro 2, 2004 07:40 PM

Euroliberal:
Então a boa-fé ou má-fé do Governo é um ponto acessório?
Você sabe o que é que estava a ser apreciado no inquérito Hutton?

Publicado por: Mocho às fevereiro 2, 2004 07:58 PM

Euroliberal:
Então a boa-fé ou má-fé do Governo é um ponto acessório?
Você sabe o que é que estava a ser apreciado no inquérito Hutton?

Publicado por: Mocho às fevereiro 2, 2004 07:58 PM

Joana em fevereiro 2, 2004 08:50 AM
"que é que eu perdi? Explique lá!"

o que é que Vc perdeu ?
uma boa oportunidade de não ofender 2 profissionais reconhecidamente competentes.

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2004 09:26 PM

e não se esqueça de ir alimentando posições ( sem qualificação ) como a de : fevereiro 2, 2004 03:14 PM .

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2004 09:29 PM

zippiz: eu apenas critiquei os escritos desses jornalistas, baseando essas críticas em argumentos. Você pode não concordar com os meus argumentos. Não pode é dizer que foram críticas gratuitas. Quando se escreve em público, qualquer um sujeita-se a ser criticado, como sabe e já teve a experiência disso. Faz parte da exposição pública.

Quanto à Ana Sá Lopes, mantenho o que escrevi. É uma pessoa que distorce os factos através das suas grossas lentes ideológicas. É uma sujeita absolutamente incapaz de manter a neutralidade que deveria ser a matriz de uma jornalista de um matutino que se assume como objectivo e sério.

Julgo que ela se devia circunscrever a debitar a telenovela da Vanessa.

Publicado por: Joana às fevereiro 2, 2004 11:29 PM

zippiz: eu não alimento nada aqui. Escrevo o que penso e respondo a alguns comentários: os que acho mais pertinentes e os que acho mais injustos (desde que não sejam apenas ofensivos).

Você está a referir-se a uma disputa entre dois comentaristas. Que razões tem para me acusar de alimentar a argumentação de um deles?

Uma vez tive uma disputa com o Zeus. Acabei quando verifiquei que se tinham reunido uma série de hienas que aproveitavam o aceso da disputa para fazer coro e denegrir o Zeus.

Aí parei, porque por um lado já tinha dito o principal que tinha a dizer, mas por outro sentia que estaria a ser malévola alimentando aquela disputa que tinha perdido o nível inicial e se estava a tornar num lavar de roupa suja por parte das hienas, aproveitando a minha boleia.

É essa aminha forma de estar, embora às vezes pareça acutilante e demasiado irreverente.

Publicado por: Joana às fevereiro 2, 2004 11:40 PM

Joana: li os artigos desses jornalistas, e você apanhou-os nos pontos essenciais.
Normalmente o Mário Mesquita costuma ser mais comedido e objectivo. Deve ter sido para defender os colegas.
A outra é uma tonta. Aquela história da Vanessa não tinha ponta por onde se pegasse

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2004 12:34 AM

" A outra é uma tonta. "

outro com o síndrome do treinador Mourinho : só ofensas.
gosto desta direita civilizada !

Publicado por: zippiz às fevereiro 3, 2004 12:46 AM

ainda um dia destes hei-de fazer aqui um copy/paste do "FMI" do Zé Mario Branco !

Publicado por: zippiz às fevereiro 3, 2004 12:48 AM

(...)
ainda um dia destes hei-de fazer aqui um copy/paste do "FMI" do Zé Mario Branco !

Afixado por: zippiz em fevereiro 3, 2004 12:48 AM

(...)

Já que não faz, deixo eu aqui o link pelo gozo de lê-lo (e ouvi-lo):


----> http://fmi.com.sapo.pt/

Publicado por: re-tombola às fevereiro 3, 2004 03:28 AM

Olha o comendador Isaias "Zeus" Afonso...

Conhecido traidor à Europa e admirador da Miss Fardas (o "Paulo", para os mais íntimos), não perde uma oportunidade de servir os seus senhores: Al Bushone, Capangas & Caniches... Déjà vu...

A propósito, é verdade que você também é daqueles que gostam de rapazinhos ? Lá no seu partido (P.P., isto é, partido dos panascas) não deve ter problemas...e aí em Paris tem o Bois de Boulogne... Mas afinal, diga lá, a "Catherine Deneuve" era você ou o Paulo ?

Saudações europeias do seu amigo
Euroliberal

Publicado por: euroliberal às fevereiro 3, 2004 09:44 AM

Em:

www.reformaigual.net

está a decorrer uma petição para que os políticos acedam à reforma/aposentação nas mesmas condições da população em geral.

Em 5 dias vai em 22600 assnaturas e sobe continuamente.

Publicado por: KingKong às fevereiro 3, 2004 07:24 PM


KingKong,

Penso que a petição, como humor, está engraçada.

Todavia, há que saber usar o humor.

Atiçar o "zé povinho" contra "os políticos" como o quer fazer a tal petição é exactamente o que faz muita gemte quando atiça o "zé-povinho-da-privada" contra o "zé-povinho-funcionário-público".

E os argumentos que são usados, queira crer, são sempre uma miséria em questão de inteligência.

"Nunca comeces nada que não saibas como terminar", dizia-me o meu avô.

Saberá KingKong onde (ou como) poderá ir acabar essa petição?

O "impulso inicial" é sempre o de assinar, claro. (o humor que emana da petição a isso leva).

Mas não leve o humor para onde só deverá haver inteligência...

Publicado por: re-tombola às fevereiro 3, 2004 08:01 PM

Relativamente à petição, e aproveitando a boleia do re-tombola eu tenho a dizer que acho que se está a exagerar.

Quando um deputado termina um mandato e não é reeleito ele pode escolher entre o subsídio de reinstalação (julgo que é assim que se chama) ou uma reforma que terá a ver com o número de anos de exercício de deputado (ao que sei a Constituinte entrava com 4 anos – embora tivesse durado pouco mais de um ano).
Conheço o caso de 2 amigos íntimos dos meus pais (e também meus, claro). O primeiro saiu de deputado por vontade própria, por alturas de 1990. Recebeu subsídio de reinstalação. O outro saiu no fim da legislatura que acabou em 2002 e optou pela reforma. Tinha então 58 anos. Infelizmente para ele sobreviveu menos de um ano para gozar a reforma.
Na minha opinião os deputados são mal pagos, face à responsabilidade que têm e à competência que deviam ter. Aliás, o primeiro que citei saiu fundamentalmente porque ganhava bastante menos como deputado do que ganharia no emprego que tinha no sector privado.
Todavia pode perguntar-se se “aqueles deputados” merecem mais. Mas ao ir por aí, ter-se-ia que pôr em dúvida a maioria dos ordenados que se pagam na função pública, não relativamente às habilitações que possuem, mas ao que produzem.
Se um deputado exercer a sua actividade a tempo inteiro, quando sai está prejudicado relativamente à alternativa de ter prosseguido a sua carreira. Se for um profissional liberal pode ter perdido clientela; se for um empregado por conta de outrem pode arriscar-se a ficar numa prateleira dourada, que foi o que acabou por acontecer ao amigo dos meus pais (tinha sido deputado julgo que 13 ou 14 anos), ou mesmo a uma perda salarial por atraso na progressão na carreira.
Em contrapartida se for um funcionário público, professor, etc., pouco ou nada perderá. E o mesmo sucede se for um membro do aparelho partidário.
São situações que têm que ser equacionadas com ponderação e não devem ser julgadas demagogicamente.

Publicado por: Joana às fevereiro 3, 2004 08:51 PM

Zipiz: desculpe se ofendi o seu ídolo. Mas olhe que eu acho-a fraquinha. Leu o folhetim da Vanessa?

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2004 11:35 PM

Zipiz: desculpe se ofendi o seu ídolo. Mas olhe que eu acho-a fraquinha. Leu o folhetim da Vanessa?

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2004 11:36 PM

caro hector :
não é uma questão de ídolos , é uma questão de respeito , mesmo com quem não estamos de acordo . certo ?

Publicado por: zippiz às fevereiro 3, 2004 11:39 PM


Ai a minha vida, hein?

à boleia, Joana????????????

à boleia????

Quem sou eu para dar boleia seja a quem for?

:-)

Sou, sempre achei que fui, e acho que morrerei a pensar "à esquerda"...

Ao ver este tipo de "petições" demagógicas, acho que cada vez mais serei de esquerda se as denunciar...


eh eh eh (convencido!)

Enfim, o que fundamentalmente penso é que o "preço" de alguém que opta pela vida política não tem preço e, como tal, não é discutível, pelo menos na medição discutível com que se pesam preços no senso comum.

Penso até, que a "canga" com que se começou a tratar os "políticos" tem algo a ver com a direitinha deste país, isto é, como têm sido repetidamente corridos do "Poder", os direitinhas começaram a desprestigiar aquilo a que chamam "políticos".

Acontece, porém, um acaso da política: o PSD, devido à votação que obteve, sentiu necessidade (e obrigação!)de se acasalar com os tais direitinhas que, da política, tinham a tal visão de que só os "mais e pérfidos" escolhiam essa via...

A confusão que se gera é inevitável: trocam-se posições.

Doravante, os sábios de esquerda acham que "os políticos" são um mal a abater; os direitinhas, acham que, afinal!, "a política" é um devir...

Eu, que sou só um observador atento e que já pisei todas essas "alcatifas", rio-me a bom rir sempre que aparecem ... como era?... ah!, pois: "petições"!

Entre o azul escuro e o azul claro, prefiro o arco-irís, meus amigos...

Publicado por: re-tombola às fevereiro 3, 2004 11:49 PM

zippiz em fevereiro 3, 2004 11:39 PM

eh eh eh , de facto, o respeito é uma coisa muito...respeitosa!

Quando (nos) convém, restará acrescentar...

O problema são "as teias"... quando nos enredamos nas teias de certas aranhas, apaixonamo-nos e depois é o diabo para nos decidirmos se nos devemos deixar comer pela aranha ou se achamos a aranha execrável...

Há quem prefira a dualidade do "deixo-me comer...porque amo!"...

eh eh eh

Mas isso, quanto a mim, são infantilidades, isto é, são sexualidades não-resolvidas (e nunca experimentadas, daí a atracção).

Mas, gaita!, se o Júlio Machado Vaz é que ganha a vida com estes comentários, para que é que eu estou para aqui a teclar?

Ok...ok... respeito, né?

pois...

Publicado por: re-tombola às fevereiro 4, 2004 12:02 AM

Joana e re-tombola

Em que país é que vivem?...
Não é concerteza no País dos deputados com viagens fantasmas!! Não é concerteza no País em que os políticos até perdem livros de cheques e como contrapartida recebem como prenda jaguares de 25 mil contos!! Não é concerteza no País em que os políticos se esquecem de declarar rendimentos auferidos na declaração de IRS!! Não é concerteza no País onde até existem detentores de cargos políticos com contas em nome próprio na Suiça que não pertencem aos próprios mas a primos que por acaso até são arrumadores de automóveis!! Enfim um rol de situações que o coitado do trabalhador por conta de outrem paga e não bufa...
Nos argumentos que evoca Joana eles devem justamente ser salvaguardados mas não duma forma escandalosa com reformas douradas ao fim de 12 anos.
Já pensou na visibilidade dos deputados e o que isso pode contribuir positivamente depois de sairem do parlamento? Já pensou que muitos vão para gestores de grandes empresas? Se não tivessem sido ministros teriam essa visibilidade? Como vê a balança tem pesos nos dois pratos ...

Além de que é publico e notório que metade dos deputados faziam o mesmo trabalho dos que lá estão...

Publicado por: KingKong às fevereiro 5, 2004 02:45 AM


KingKong em fevereiro 5, 2004 02:45 AM

Apesar de pensar que este não é o tempo ideal e apropriado para lhe responder (afinal, estamos em casa emprestada e a primazia deveria ser dada à dona da casa), passei por aqui e tenho tempo...

Como tal, e remetendo-o para a resposta que já lhe dei, poderei acrescentar um pouco mais (mas muito pouco, ok?).

Pergunta-me em que país vivo?

Essa sua interrogação socrática levar-me-ia, qual argonauta, a demandar o velo de oiro.

Mas, como me recuso a personificar quer Castor, quer Pollux (os meus ideais) porque me recuso a ser filho de Zeus, resta-me não embarcar nessa expedição.

Aqui chegado(s) gostaria de lhe poder dizer que não vivo no país em que KingKongs não pagam impostos, em que KingKongs não morrem aos milhares por ano nas auto-estradas porque conduzem mal, em que KingKongs se fazem justiceiros de causas obscuras, em que KingKongs fazem tiro-ao-alvo sobre espelhos, etc...

Gostaria...

Mas não posso.

Publicado por: re-tombola às fevereiro 5, 2004 08:07 AM


ainda KingKong em fevereiro 5, 2004 02:45 AM

Compreende o porquê de Castor e Pollux?

Eu explico...

Porque passo alternadamente dias no inferno e no céu... tal como os comuns dos mortais.

Só os signatários de petições parecem estar eternamente na posição de deuses no Olimpo..

Porque será?

Publicado por: re-tombola às fevereiro 5, 2004 08:22 AM

Joana

Serão os KingKongs trabalhadores por conta de outrem que não pagam impostos? Ou serão aquelas que beneficiam dos milagres do Senhor da Galileia que numa de modernices em vez do milagre da multiplicação dos pães faz o milagre da multiplicação dos euros...
Serão os KingKongs os unicos responsáveis por milhares de mortes ou os que numa de cedência aos interesses instalados não baixam a taxa de alcoolémia ou sejam os que fazem as leis?...
Serão os KingKongs os justiceiros de causas obscuras, tão obscuras que todo o mundo tem conhecimento ou os que recebem "taco" por debaixo das mesas e quando são descobertos e vão para o Sol das Caraíbas?
Quanto o tiro ao alvo é só para chatear e "dar razão" ao PR quando pergunta se os políticos são "todos" uns bandalhos...a resposta é obvia.

re-tombola

Ficamos todos quietinhos porque uns são anjos e outros são demónios, ou seja a cada macaco o seu galho!!!! É assim que quer? Pois...

Publicado por: kingkong às fevereiro 5, 2004 02:38 PM

KingKong:
Por assinar manifestos, que tal assinar o da Valéria para candidata à prsidência da república?
Era de homem, ou melhor, de travesti!

Publicado por: Hector às fevereiro 9, 2004 01:31 AM

Hector

Os KingKongs não assinam manifestos desses, isso fica para os hectors...assim sempre ficam entre os seus.

Publicado por: KingKong às fevereiro 13, 2004 02:14 AM

Neste blog aparece de tudo. Qualquer dia aparece um maduro a vender bilhetes para a lotaria.

Publicado por: Daniel às fevereiro 13, 2004 09:15 AM

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