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janeiro 05, 2004

O Charme Discreto do Poder, ou os avatares do BE

A esquerda radical tem como ideário de base a teoria de que todas as formas de governo são opressivas e indesejáveis e devem ser abolidas; a resistência activa contra o Estado e a rejeição de todas as formas coercivas de controlo e da autoridade. Para ela, o despotismo não reside somente na forma do Estado, mas no próprio princípio do Estado e do poder político. "A novidade da política vindoura é que ela não será mais uma luta para a conquista ou o poder do Estado, mas uma luta entre o Estado e o não-Estado (humanidade)...". É questionando os fundamentos do sistema e abrindo horizontes alternativos que é possível criar a relação de forças que dá consistência à batalha anticapitalista.

Estas teorias são sólidas, para quem acredita nelas. Todavia, como asseverou Marx, é o ser social que determina a consciência social, primeiro, e, depois, a expressão ideológica dessa consciência. A partir daí as antigas teorias, mesmo as mais sólidas, podem ser derrogadas, por transformação do ser social, mesmo que continuem a serem exibidas, tais trajes de cerimónia, apenas usadas em recepções mundanas e oficiais. Basta observar a curiosa trajectória que Louçã e os líderes bloquistas têm descrito, desde que Ferro Rodrigues assumiu a liderança do PS e, mais nitidamente, desde que este começou a ficar fragilizado com o desenvolvimento do processo Casa Pia.

Sendo o PS um partido da área do poder, cujos dirigentes têm, ao sabor da alternância democrática, gerido o Estado, estando por isso implicados em “formas de governo que são opressivas e indesejáveis e que devem ser abolidas”, comprometidos com “formas coercivas de controlo e da autoridade”, que devem ser rejeitadas e enredados no “próprio princípio do Estado e do poder político” onde reside o despotismo, os seus políticos são, por este postulado teórico incontestável, opressores indesejáveis, déspotas, gestores da exploração dos trabalhadores, logo potencialmente ladrões e corruptos. Sendo assim, os políticos (PS e restantes da área do poder) estarão permanentemente sujeitos, de acordo com este sólido postulado, ao “prejuízo da dúvida” – isto é, são culpados até provas irrefutáveis em contrário, e obviamente, a menos que provem o contrário, objecto permanente de enxovalho público.

Durante anos toda a esquerda radical, antes e depois do nascimento do BE, se indignou face à inacção da justiça perante a malversação da coisa pública, a corrupção dos políticos e os roubos e fraudes dos detentores do poder económico.

Mas isso foi antes do BE ter entrevisto a miragem de se tornar um partido da área do poder. Agora é a justiça, que alegadamente persegue os políticos opressores indesejáveis, déspotas e gestores da exploração dos trabalhadores, que está na mira do BE. O Bloco de Esquerda não está satisfeito com os comunicados produzidos pela Procuradoria-Geral da República e quer levar o assunto à Assembleia da República. Luís Fazenda afirmou que Souto Moura "deve mais explicações ao país" sobre a razão que explica a permanência de cartas anónimas irrelevantes no processo da Casa Pia. "Após as notícias vindas a público, esperava-se uma declaração clarificadora e não foi isso que aconteceu", resumiu o deputado.
De acordo com Luís Fazenda, a situação é "grave" e "tem que haver algum grau de responsabilização na estrutura da Procuradoria". O Bloco de Esquerda critica o facto de "sem qualquer finalidade visível ou utilidade para o processo, diferentes personalidades são salpicadas de lama". Por isso mesmo acrescenta que é "na Assembleia da República que este debate vai ocorrer".

Portanto, na sua actual metamorfose, o BE recusa liminarmente qualquer lama lançada sobre os políticos (entenda-se, os políticos amigos que o BE julga que o vão levar ao colo até ao ambicionado poder). Enquanto a justiça não perseguiu os poderosos, o BE repreendeu-a por não ser capaz de pôr a grilheta no pé aos políticos obviamente culpados. Quando a justiça começou a agir e se prefigurou o risco da grilheta no tornozelo de políticos, o BE tornou-se tão descrente da justiça, como anteriormente o era dos políticos. Se críticas faz, são críticas à justiça: “entendemos que há gente de mais a comentar, juízes a comentarem decisões de outros juízes” discreteava Louçã, quando há meses era questionado sobre os “erros de Ferro Rodrigues na gestão deste processo da Casa Pia”, adiantando que compreendia bem a “emotividade” do Ferro amigo, face à prisão e ao regresso de Paulo Pedroso à AR…

Uma das críticas da Esquerda Radical ao marxismo é a de que as lutas sociais já não estão dominadas pela luta entre o proletariado e o capitalismo. Há uma série de novos espaços de dominação e novas áreas de antagonismo - racismo, discriminação sexual, minorias étnicas e sexuais, etc. - que não cabem na categoria marxista de luta de classes e que geram novos movimentos sociais e identidades. Isto é, as classes em luta já não são caracterizadas pela posição que ocupam face aos meios de produção e pelas relações de produção daí decorrentes.

Todavia, o que é curioso neste processo de aproximação do BE ao “poder” é que ele está a decorrer em simultaneidade com a mudança de discurso. Ou seja, a transfiguração do BE comprova a tese marxista que é o ser social que determina a consciência social (tese da qual deriva toda a teoria da luta de classes entre proletariado e burguesia no capitalismo). Logo, o BE está a agir, “determinado” pela concepção marxista do devir histórico, cuja validade contesta. O BE mudou o discurso porque entreviu a possibilidade de ser um partido da área do poder, em vez de ser, como até há pouco tempo, um partido anti-poder.

Recordo, para terminar, uma das mais belas frases de Marx (e/ou Engels) do Manifesto, quando se referia à desregulamentação de todo o edifício feudal durante a génese do capitalismo: “Tudo o que é sólido se dissolve no ar”. O que hoje parece “sólido” – o PS estar politicamente refém do BE – dissolver-se-á no ar quando o PS sair desta crise de identidade em que se debate, agravada pelas posições insensatas do seu actual líder e as tontices da Ana Gomes, e a inexorável lógica de poder, de um partido da área do governo, vier ao de cima e se impuser entre as suas chefias.

Publicado por Joana às janeiro 5, 2004 07:06 PM

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Comentários

Provocações:

Porque será que os extremos e tocam nestas reacções?

Oiçam (leiam) as reacções do BE e as do PP à questão das cartas anónimas e compreender-se-à o que está em causa.

Até na "decifração" da mesnsagem do PR são coincidentes...

E ainda há quem não acredite que as coincid^necias não existem?

Publicado por: re-tombola às janeiro 5, 2004 08:20 PM

O Louçã...
Faz esquecer muita gente que é Trotsquista...
Faz, faz!...

Um abraço,
Francisco Nunes

Publicado por: Planície Heróica às janeiro 6, 2004 12:23 AM

Cada vez percebo menos:
A Joana ataca o radicalismo de esquerda enquanto marxista;
A Joana ataca o marxismo enquanto neoliberal;
Para quando atacar o neoliberalismo enquanto ...

Publicado por: anonimo às janeiro 6, 2004 12:48 AM

Quando atacar o neoliberalismo enquanto ... não se esqueça de pôr um aviso que se veja que eu quer estar presente!

Publicado por: anonimo às janeiro 6, 2004 12:50 AM

Tenho reparado que a sua especialidade é atacar o adversário com as suas (dele) próprias armas.
Este escrito é a prova disso.

Publicado por: Hector às janeiro 6, 2004 01:13 AM

Ataque ao Neoliberalismo .
eu também quero assistir a esse momento !
vai ser de gritos ver/ler a Joana a atacar os amigos e primos do PPD-CDS-PND e o seu esforço de contorcionismo para não ser vista como radical de esquerda !

Publicado por: zippiz às janeiro 6, 2004 01:17 AM

penso que não vamos esperar muito tempo.

Publicado por: zippiz às janeiro 6, 2004 01:18 AM

Concordando ou não com as suas “irreflexões” (embora concordando que são, sempre, muito bem “reflectidas”), soam-me, quase sempre, óbvios os seus alvos, fins e destinos.
São as suas opções, claro. Nada contra a não ser o facto de a Joana, tal como Pacheco Pereira, não se considerarem gente de direita.

Não afirmaria que lhe pagam a tendência. Não sei e tão pouco o “sinto”.
De que me fica a sensação é de serem escritos para quem paga as consultorias e os estudos económicos.

McNamara, Secretário de Estado de JFK, sobre a negação verbal de Fidel de Castro ao comunismo (início dos anos 60), disse:
“Quando observo um bicho que anda como um pato, nada como um pato, voa como um pato e grasna como um pato, para mim é um pato.”

Publicado por: Marapião às janeiro 6, 2004 03:38 AM

Zippiz:
Sou uma iconoclasta. Zurzo tudo o que sejam falsos ídolos, gente hipócrita que tenta mostrar uma virtude cívica que não tem, gente que se arroga de uma grande ética política e que se vende por um prato de lentilhas, mas que continua impante na sua prosápia cívica.

Publicado por: Joana às janeiro 6, 2004 08:35 AM

Em relação ao seu curioso artigo sobre a "deriva burguesa" do BE a propósito da Casa Pia, não acha a Joana ainda mais estranha a forma ensurdeceroramente silienciosa como o PCP está a passar ao lado deste caso?

O que lhe parece?

Qunato à aptência que o BE terá pelo poder, e que a Joana perspicazmente detectou, não acha que politicamente é tão legítima como a do CDS-PP, que eleitoralmente não é significativamente superior ao BE?

P.S. (sem ofensa para si)

Lamento profundamente que neste forum uns terroristas a soldo não sei de quem a insultem gratuitamente como se a conhecessem (para o caso é indiferente, aliás).

Não desanime.

Publicado por: Al_Mansour às janeiro 6, 2004 11:44 AM

Uma análise muito clarividente sobre a hipocrisia política. É bom que se saiba que o Rei vai nú

Publicado por: A Valente às janeiro 6, 2004 12:33 PM

O BE é um saco de gatos: UDP, PSR, Política XXI, todos juntos para ver se encontram um lugar ao sol, que é o único elo que os mantém ligados

Publicado por: cerejo às janeiro 6, 2004 12:37 PM

Almançor (prefiro a grafia tradicional portuguesa, à francesa):
Obrigada pelas suas palavras.
Quanto ao PCP, é normal este seu procedimento. Quer se aprecie ou não as suas opções, o PCP tem uma certa coerência interna. O PCP nunca atacaria a justiça por agir contra políticos. Aliás o BE também não, se não tivesse entrevisto agora uma ténue luz ao fundo do túnel. Mas o PC nem com uma forte luz ao fundo do túnel faria o que o BE está a fazer. O mais que pode fazer é calar-se.

Por outro lado o PCP sempre esteve convencido que a desilusão do eleitorado pelo PS lhe traz dividendos eleitorais. Ora tem-se verificado que o eleitorado do PS desiludido só muito marginalmente se transfere para o PC. Será mais fácil transferir-se para o centro ou para o BE. Mas o PC nunca percebeu isso, como não percebe outras coisas.

Publicado por: Joana às janeiro 6, 2004 12:49 PM

Joana, concordo absolutamente consigo e respeito os seus escritos por me parecerem sinceros.
Concordo que o PCP é mais coerente do que o Bloco de Esquerda.
Digo mais: aborrecem-me os renovadores. Afinal 'viram a luz' quando 'meio-mundo' já estava encandeado...
Abomino o discurso oportunista do B.E. e politicamente correcto.
A irreverência infantil e bronca dos seus líderes deixam-me agoniado. A falta de sentido de estado em matérias essenciais que vejo respeitada no PCP...
Os discursos cheios de chavões.
Aborrece-me o seguidismo de muitos portugueses.
Aborrece-me a tomada de posições por oportunismo.
O 'morder' nos que estão na 'mó de baixo' sempre que a oportunidade o favorece.
O esperar para ver o que diz disto uma qualquer luminária, sistemáticamente, para fazer ecoar a sua suposta opinião.

Enfim, concordo consigo e gosto de a ler.

Um abraço,
Francisco Nunes

Publicado por: Planície Heróica às janeiro 6, 2004 03:59 PM

eu diria que estamos a caminho de assistir ao nascimento de um novo movimento renovador :

"o movimento dos PURISTAS da politica , anti-politicamente correctos , anti-oportunistas , anti-ídolos, anti-chavões, anti-poderes, anti-dividendos eleitorais..."

se não se revêm nos actuais partidos e se não são do tipo " a minha politica é o trabalho" ou se não são , como parece , abstencionistas , pois então estamos em presença de futuros líderes partidários !

chamar-lhes PURISTAS , parece-me , então , adequado .

Publicado por: zippiz às janeiro 6, 2004 06:27 PM

A Joana, com as suas considerações sobre o «prejuízo da dúvida» de que são objecto os políticos, faz uma descrição brilhante do «poujadismo» de direita que constitui uma boa parte da idiossincrasia portuguesa; mas, por preconceito ou paixão política, atribui esta postura ao BE, como se fosse este partido o paradigma dela.

Não seria mais plausível mencionar, a este propósito, toda a tradição de «não-políticos» e «anti-políticos» que, de Salazar a Manuel Monteiro, passando por Hermínio Martinho e Paulo Portas, têm bebido da mesma fonte?

Publicado por: Zé Luiz às janeiro 6, 2004 10:41 PM

Provavelmente percebi mal. Você acha Portas arauto do “prejuízo da dúvida”? Ele? Você deve estar certamente a referir-se a ele ser vítima do "prejuízo da dúvida".

Depois do que se passou nos 2 últimos anos, não acredito que você pudesse dizer algo semelhante. Devo ter percebido mal.

Não quero dizer que, em outras circunstâncias, Portas não pudesse ser um entusiasta do “prejuízo da dúvida”. Agora, depois do que se passou ... haja decoro.

Publicado por: Joana às janeiro 6, 2004 11:32 PM

São poucas as vezes em que discordo do seus pontos de vista, mas agora discordo parcialmente.

O velho sonho português de uma comunidade atlântica, cultural, linguística e eventualemente económica só será viável se Portugal for forte no seio da UE.

E só o conseguirá se trouxer consigo as mais valias de uma relação sólida com o mundo lusófono.

Da perspectiva dos PALOP's e do Brasil, Portugal só tem importância para eles se tiver esse peso relativo na Europa, e esse peso consegue-se com maior participação, nomeadamente no meio militar.

Os paises europeus são países pacíficos, e se alguns têm ambições geo-estratégicas, quem não os tem?

A própria Angola os tem e por isso interviu nos conflitos do ex-Zaire e no Congo, interfere nos negócios da Namíbia, e até a Guiné-Bissau já foi acusada de apoiar discretamente os independentistas de Casamansa.

Portanto, e à sua escala, todos têm pretenções geo-estratégicas que querem levar a cabo, assim tenham meios económicos e militares para isso.

O gigante económico europeu, não pode continuar a ser um anão militar no mundo.

E isso consegue-se de duas formas:

Através de uma efectiva política externa comum (o que tem sido difícil de alcançar) e com a tal capacidade estratégica.

Ora capacidade militar estratégica não é ter necessáriamente mais meios militares ofensivos, porque esse, de um modo ou de outro, o conjunto de alguns países europeus já o têm.

Trata-se da capacidade logística e de projecção de forças, que actualmente só os EUA têm.

Capacidade de transportar rápidamente grandes forças para qualquer teatro de operações.

Isso a Europa não tem, e contam-se pelos dedos os porta-aviões e navios logísticos que potências regionais como a Inglaterra ou França têm.

Aviões de transporte estratégico de grande porte, também não há, e nem o projecto da Airbus conseguirá suprir essa falha.

Neste aspecto específico até a Rússia está melhor equipada.

Por isso, desenhar alianças militares e de cooperação com alguns países lusófonos, nomeadamente Brasil e Angola só terá interesse para estes se Portugal tiver o tal peso específico no seio europeu.

Por outro lado, para ter esse peso específico necessita de ter uma relação especial com esses países, que precisa de ser cultivada e mantida.

Imagine o cenário de S. Tomé ser "engolida" por eventuais pretenções expansionistas da Nigéria.

Neste momento Portugal teria capacidade própria para dissuadir a Nigéria dessa aventura?

Não.

Mas se houvesse uma aliança com Angola e Brasil, julgo que o esforço conjunto e articulado dos três já poderia, com capacidade de fornecimanto de tropas por parte de Portugal, Brasil e Angola, capacidade marítima de Portugal e do Brasil e base logística em terrotório angolano.

Este é um cenário possível.

Para isso, cada um terá que investir nesses meios e capacidades estratégicas.

Mas não é com o que está programado ao nível da nossa Lei de Programação Militar que se alcançará tal coisa.

Publicado por: Al_Mansour às janeiro 7, 2004 11:51 AM

Desculpem lá, mas enganei-me e sem querer afixei este texto sobre defesa europeia onde era suposto não ser afixado.

errare hvmanvm est...

Publicado por: Al_Mansour às janeiro 7, 2004 11:54 AM

Não perdes uma para deitar o Louçã abaixo! Com o Portas é que não te metes.

Publicado por: Cisco Kid às janeiro 7, 2004 09:06 PM

Já tive mais simpatia pelo Louçã do que tenho hoje. Acho-o muito vaidoso. E também me parece hipócrita

Publicado por: Filipe às janeiro 7, 2004 09:08 PM


Não tenho dúvida nenhuma de que Paulo Portas também está a ser vítima do «prejuízo da dúvida».

Quem cospe contra o vento...

Também não me custa a crer que o BE sinta a tentação de recorrer às mesmas armas. Mas sempre se me afigurou que se trata duma estratégia e duma idiossincrasia mais típicas de uma certa direita do que de qualquer esquerda.

É dos livros: o muro em que estes projectos sempre embatem é a impossibilidade de se ser político e anti-político ao mesmo tempo. É um malabarismo que Portas tem conseguido manter há muitos anos - o que só atesta a intuição quase genial com que exerce a política - mas não o manterá indefinidamente.

Quem quer o poder tem de se preparar para assumir a política: é isso que o BE está, pelos vistos, a tentar fazer. Devagar e a tempo, como mandam as regras, de modo a não ser visto como um partido «politiqueiro».

Paulo Portas talvez já tenha entendido isto, mas se o entendeu é tarde. Tem poder, e muito, e provavelmente vai ter ainda mais; mas não é poder político, é «nuisance value».

Publicado por: Zé Luiz às janeiro 8, 2004 09:14 PM

Zé Luiz: O Portas actualmente só tem a importância que os que dizem mal dele lhe dão. A controvérsia da Moderna e o desempenho mediano dele no governo relegaram-no para figura de 2º plano no executivo.
Aliás, se reparou, desde que se deixou de se falar dele sobre a Moderna, ele tem-se apagado pouco a pouco.
Razão tinha eu para ter andado há mais de um ano a insistir que quem o estava a promover eram aqueles que andavam na campanha de maledicência contra ele.

Publicado por: Joana às janeiro 8, 2004 09:35 PM

“Razão tinha eu para ter andado há mais de um ano a insistir que quem o estava a promover eram aqueles que andavam na campanha de maledicência contra ele.”

Acho que começo a perceber a estratégia.
Do que se trata é de promover o BE (e uma certa esquerda) fazendo campanha contra.

Não é?

Publicado por: Marapião às janeiro 9, 2004 04:40 AM

Não é bem assim, Marapião.
O que promoveu Portas foi uma campanha de pura maledicência, passando ao lado do seu desempenho como governante. Isso obscureceu a sua avaliação enquanto governante e promoveu-o porque ninguém gosta de ver atirada lama sem razão sólida.
Criticar o desempenho político não promove o criticado, a menos que essa crítica seja, aos olhos da opinião pública, destituída de qualquer fundamento e maledicente.

Publicado por: Joana às janeiro 9, 2004 09:20 AM

O BE não engana ninguém. Parece estar à esquerda do PC, mas é só conversa

Publicado por: Benquisto às janeiro 10, 2004 01:46 AM

Joana em janeiro 9, 2004 09:20 AM

#:o))

Está bem! Juro!

Publicado por: Marapião às janeiro 10, 2004 05:34 AM

Não me parece que o BE seja mais hipócrita que os outros partidos. Ele apenas faz coisas que não estão de acordo com a pureza que diz ter

Publicado por: Rui Silva às janeiro 13, 2004 10:12 PM

Rui Silva:
Não estou a perceber. Isso que dizes não é ser-se muito hipócrita.

Publicado por: Hyde às janeiro 13, 2004 10:28 PM

Talvez me tenha exprimido mal. O que quis dizer foi que o BE é menos ambicioso pelo poder que os outros. Mas como colocou a fasquia da sua honestidade tão elevada, torna-se alvo de críticas como as da Joana e doutros, de certa forma injustas.

Publicado por: Rui Silva às janeiro 13, 2004 10:32 PM

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