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outubro 01, 2003

Lei de Talião

O vício da tese que se os outros são totalitários, nós respondemo-lhes da mesma moeda é um terrível engano.

Foi a América do Mcarthysmo que perdeu o respeito da Europa e facilitou a propaganda dos movimentos de esquerda, intelectuais e artistas, o apelo de Estocolmo, etc., que promoveu o modelo soviético, o “esquecimento” das purgas estalinistas, dos processos de Praga e que justificou o esmagamento da Hungria no quadro de uma luta contra a conspiração do capitalismo americano. A Black List fez mais pela propaganda do regime soviético e por denegrir a imagem dos USA, do que “salvou” os USA de uma imaginária conspiração soviética.

Fidel Castro está sustentado em Cuba pelo boicote americano. É esse boicote que obscurece as razões da decrepitude da economia cubana e facilita a manutenção de um totalitarismo visto como tentativa de defesa de Cuba contra o inimigo exterior.

Foi a abertura USA-URSS no fim da era Reagan, que facilitou a rápida evolução soviética e a implosão do seu regime. O que não foi conseguido pela guerra fria e por uma política ameaçadora, aconteceu com o degelo das relações.

É o nosso regime democrático, a nossa sociedade tolerante, que constitui a nossa superioridade e tem permitido o nosso desenvolvimento e a nossa prosperidade.

Mas ao escrever isto, não significa que pactue com a visão da esquerda “bem pensante” de que “se é branco e rico, é culpado, se é de cor e pobre, é inocente”, de que há sempre desculpa para o ditadorzeco que rouba os seus concidadãos e reclama indemnizações pelo tráfico de escravos de há mais de 150 anos e de que nós teremos que estar sempre com “má consciência” perante o terceiro mundo.

Também não pactuo com atitudes como as dos sete países da União Europeia que se abstiveram na votação para a presidência do Comité das Nações Unidas para os Direitos Humanos, para a qual foi eleita a Líbia, para não “ofenderem” os estados africanos, a quem competia indicar o candidato à presidência do comité dos Direitos Humanos. E muito menos com os 33 países que votaram a favor da Líbia.

E não posso deixar de apoiar os USA que, com o Canadá, votaram contra.

23-Janeiro-2003

Publicado por Joana às outubro 1, 2003 05:56 PM

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Comentários

É uma opinião salomónica.

Publicado por: anonimo às novembro 20, 2003 01:57 AM

Não acho uma opinião salomónica. Acho uma opinião consistente

Publicado por: Vitapis às novembro 21, 2003 01:15 AM

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