« Política e cultura 2 – Hobbes e Locke | Entrada | Não à deriva do CPP! »

outubro 27, 2003

Adam Smith e Marx

A pergunta é: pessoas que aparentam, ou julgam aparentar, ter um abismo político entre si, estarão, por esse motivo, nos antípodas uma do outra? Estarão certamente se interpretarem a adesão política como a adesão a um clube desportivo. Mas se essa adesão constituir apenas um epifenómeno e o que é estrutural é uma visão da sociedade baseada numa abordagem cultural e filosófica?

Comparemos Adam Smith e Marx. Há cerca de um século de distância entre um e outro, portanto qualquer comparação terá que ter em conta essa diferença temporal.

Ambos analisaram o comportamento da sociedade e dos seus agentes económicos do ponto de vista da produção e do consumo.

Adam Smith pôs a tónica no comportamento dos agentes económicos e na forma como esse comportamento, numa sociedade livre e sem coacções extra-económicas, consegue maximizar o bem estar social independentemente do facto dos agentes económicos apenas se interessarem pelo seu próprio ganho.

Escreveu Adam Smith “Na realidade, ele não pretende, normalmente, promover o bem público, nem sabe até que ponto o está a fazer …. só está a pensar na sua própria segurança; e, ao dirigir essa indústria de modo que a sua produção adquira o máximo valor, só está a pensar no seu próprio ganho, e, neste como em muitos outros casos, está a ser guiado por uma mão invisível a atingir um fim que não fazia parte das suas intenções. Nem nunca será muito mau para a sociedade que ele não fizesse parte das suas intenções. Ao tentar satisfazer o seu próprio interesse promove, frequentemente, de uma maneira mais eficaz, o interesse da sociedade, do que quando realmente o pretende fazer. Nunca vi nada de bom, feito por aqueles que se dedicaram ao comércio pelo bem público.”

Esta formulação de Adam Smith foi a base da Economia Positiva e da teoria microeconómica ainda em vigor.

Marx pôs a tónica no devir social e na forma como o posicionamento dos agentes económicos face à produção e à propriedade dos meios de produção cria clivagens sociais, comportamentos diferenciados entre os grupos sociais que detêm essa propriedade e os grupos sociais não possidentes, clivagem essa que origina uma luta de classes que se torna o motor da sociedade e a leva, mais tarde ou mais cedo, a ser substituída por outra sociedade em que o posicionamento dos agentes económicos face à produção e à propriedade dos meios de produção seja diverso do da anterior.

Marx escrevia “A Economia Política parte da existência da propriedade privada; não a explica”. E tem razão nesse ponto. Mas tal constituirá uma razão de superioridade do pensamento económico de Marx sobre Adam Smith?

Marx escreve nos Manuscritos: “A alienação do trabalhador no objecto do seu trabalho, é expressa da seguinte maneira nas leis da Economia Política: quanto mais o trabalhador produz, tanto menos tem para consumir; quanto mais valor ele cria, tanto menos valioso se torna; quanto mais aperfeiçoado o seu trabalho, tanto mais grosseiro e informe o trabalhador; quanto mais civilizado o produto, tanto mais bárbaro o trabalhador; quanto mais poderoso o trabalho tanto mais frágil o trabalhador; quanto maior a inteligência revela o trabalho tanto menos inteligente e mais escravo da natureza se torna o trabalhador”.

Esta texto poderá fazer as delícias de alguns mitómanos da esquerda radical. Mas terá sido confirmado pela história económica? O trabalhador tornou-se mais bárbaro e grosseiro à medida que o produto do seu trabalho se tornou mais aperfeiçoado e civilizado? É óbvio que não. Marx ficou preso, na sua análise, ao tempo e ao espaço das manufacturas de meados do século XIX.

Não será mais actual a afirmação de Adam Smith que “A real e eficaz disciplina exercida sobre o trabalhador não é a da sua corporação, mas a dos seus clientes. É o medo de perder o emprego que o refreia na prática de fraudes e lhe corrige a negligência. Uma corporação exclusivista necessariamente retira força a este tipo de disciplina. Há, nessas circunstâncias, um determinado grupo de trabalhadores que de certeza obterá emprego, seja qual for o seu comportamento”. Não foi a inexistência deste efeito de mercado que provocou a ineficiência económica do regime soviético? Que tornou, nesse regime, menos aperfeiçoado e civilizado o produto do trabalhador?

No seu sóbrio e prático raciocínio de um burguês britânico, Adam Smith ficou em muitos aspectos mais actual, ainda hoje, que Marx, embora a profundidade de análise deste sobre o devir histórico e social continue a ser uma peça imprescindível a quem queira estudar a história económica.

Estariam nos antípodas um do outro? Seria Marx de esquerda e Adam Smith de direita (no tempo de Adam Smith, esquerda e direita não tinham qualquer significado político) ?

Não, há uma estranha complementaridade entre ambos. Adam Smith preocupou-se com o funcionamento económico da sociedade em que vivia. E extraiu dessa observação conceitos extraordinariamente operacionais, ainda em vigor, embora relativizados pela necessidade da manutenção de um consenso social. Marx preocupou-se com as causas do devir social e histórico e estabeleceu uma teoria explicativa desse devir que continua a manter algum poder explicativo, embora a sua aplicação mecânica e absoluta se tenha revelado insuficiente e mesmo errónea.

Publicado por Joana às outubro 27, 2003 08:00 PM

Trackback pings

TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/82164

Comentários

Zé Luiz:

Estaremos verdadeiramente nos antípodas?

Você não estará a sobre-valorizar um epifenómeno face a uma realidade mais substantiva.

Não o tenho acompanhado na sua defesa apaixonada da política da actual direcção do PS no que se refere à gestão do caso Paulo Pedroso. Penso que você está a defender algo de mais volátil e a postergar algo de mais essencial e substantivo: o papel do PS na política portuguesa como um todo. Estou certa que você me dará um dia razão, qualquer que seja o desfecho judicial do caso Paulo Pedroso.

Reconheço que as minhas opções políticas actuais são muito diferentes das suas. Mas as minhas opções políticas actuais decorrem do descalabro do governo do PS, do estado em que deixou o país e da certeza em que fiquei que o PS não tem actualmente competências para governar o país e está muito dependente dos lobbies corporativos e do nepotismo político para se afirmar como alternativa credível.

Não sou fã do actual governo PSD/PP. Apenas vejo nele o mal menor. É uma opção absolutamente despida de qualquer conteúdo ideológico.

Dizer que é uma opção despida de qualquer conteúdo ideológico não é inteiramente verdade. Sou adepta do sistema de economia de mercado. Não de uma forma absoluta, mas por reconhecer que, na sociedade actual não há alternativa a ele.

Mas dentro dessa opção pretendo que o governo do país faça a gestão do sistema da forma mais eficiente possível, optimizando a “função objectivo” tendo em conta as restrições impostas pela satisfação das necessidades básicas, combate à exclusão social e à miséria.

E as minhas escolhas políticas (e não culturais ou filosóficas) baseiam-se na proposição que acabo de enunciar. Se o PS me convencer que está apto a gerir eficientemente o sistema não terei quaisquer dúvidas em lhe dar o meu apoio. Já o fiz em 1995. Porque não voltar a fazê-lo?

Publicado por: Joana às outubro 27, 2003 05:54 PM

Zé Luiz

Segundo Marx, o ser social determina a consciência social. Eu trabalho na iniciativa privada onde o desempenho pessoal é o critério de validade do sucesso e onde os resultados são, em grande parte, o critério da avaliação do desempenho.

Você trabalha no ensino onde a avaliação do desempenho, quando a há, se rege por critérios diversos e onde, na maioria dos casos, é o próprio pundonor individual que é o único motor de um bom desempenho.

Por isso é natural que tenhamos concepções diferentes sobre o funcionamento da economia.

Mas lembre-se que é o tecido privado que, directamente faz funcionar a economia, que está permanentemente a ser validado pela concorrência, nacional e internacional, e que se os seus resultados forem maus, é mau para quem nele trabalha, para quem nele investe e para o resto da população activa que é paga pelos impostos recolhidos nas empresas e nas transacções entre elas.

A administração pública presta serviços cuja única avaliação é a que os cidadãos fazem quando recorrem a ela e, de uma forma muito distante, quando os contribuintes se dão conta de quanto ela custa. E, no caso particular do ensino, os resultados só se tornam visíveis, muitos anos depois, quando se constatam as qualificações dos que deixam de frequentar o sistema de ensino.

Por isso é normal que eu seja muito mais sensível à eficiência da economia e da gestão da coisa pública que você.

Publicado por: Joana às outubro 27, 2003 05:54 PM

Cara Joana:
Ninguém está nos antípodas de ninguém, e eu certamente que não estou nos seus. A posição ideológica é apenas uma componente duma personalidade, e nem sequer especialmente importante - mas sobre isto eu e você estamos conversados há muito tempo e entendemo-nos bem.

O meu argumento quando falei de Hobbes e Locke - não isento, confesso, de trazer à discussão um traço de trivialidade e irrelevância que a apimentasse um pouco - era sobre os méritos literários relativos da "direita" e da "esquerda". Posso citar outros pares: Céline e Vailland, por exemplo.

Mas os exemplos não provam nada. O que eu queria mesmo era ter despertado os brios literários (já que os políticos andam com espertina que chegue) dos meus colegas na esquerda online, e suscitar a apresentação de exemplos que fossem no sentido contrário.

Não o consegui. Paciência.

PS: Anda por aí uma criatura a falar de honestidade intelectual quando seria incapaz de a reconhecer nem que lha apresentassem numa travessa com agriões à volta. Não a menospreze: trata-se de alguém que consegue a notável proeza topológica de estar nos antípodas de todos os lugares.

Publicado por: Zé Luiz às outubro 27, 2003 05:54 PM

AUTHOR: Nota
EMAIL: em branco
IP: 193.126.30.49
URL:
DATE: 10/27/2003 05:55:00 PM

Publicado por: Nota às outubro 27, 2003 05:55 PM

Vejo que reabriu a loja.
Gostei de ler também este texto.

Porque não coloca isto no online?

Publicado por: Hector às outubro 28, 2003 12:58 PM

Continuas em forma, Joana!

Publicado por: Viegas às outubro 28, 2003 07:00 PM

Esta aproximação de Marx a Adam Smith é surpreendente. Mas gostei.

Publicado por: JCorreia às outubro 28, 2003 07:00 PM

Também concordo que Adam Smith está mais actual que Marx. A queda do Muro "atingiu" Marx!

Publicado por: Filipe às outubro 28, 2003 07:00 PM

Estas baboseiras sobre o Adam Smith não acabarão!

Publicado por: Cisco Kid às outubro 28, 2003 07:01 PM

Foi um bom esforço. Mas estarão assim tão próximos?

Publicado por: Dominó às outubro 28, 2003 07:01 PM

Não admito semelhantes comparações!

Publicado por: Adam Smith às outubro 28, 2003 07:01 PM

E eu também não me sinto nada bem ao pé do Adam!

Publicado por: Marx às outubro 29, 2003 09:46 AM

Quero-lhe exprimir a minha solidariedade pelas tentativas de assassinato do blog de que tem sido alvo.

Queria igualmente elogiá-la pela sua determinação em prosseguir, apesar de tudo.

Vi que hoje de manhã houve novo "ataque". Espero que a sua determinação seja maior que esse ordinário.

Há todavia uma coisa que fica. Os seus textos, quer se concorde ou não, no todo ou em parte, com eles, é do melhor que tenho lido na net, e fora dela.

Continue, por favor.

Publicado por: J Ribeiro às outubro 29, 2003 12:47 PM


Não aprecio este tipo de artigos.
E não aprecio,porque parece que estou numa aula.Passando parte do dia numa delas,não me sinto motivado para estabelecer diferenças ou comparações entre economistas ou filósofos do passado.

Interessam-me as paixões do presente e do futuro,as suas repercussões na sociedade actual,as contradições que suscitam.

Linguagem actual por outro lado.

Discutir Marx ou Adam Smith é demasiado académico.Serve para uma aula no secundário ou no ensino superior.

Os citados autores escreveram num contexto muito preciso e hoje estão ultrapassados.

Este facto não significa que devam ser olvidados.Há um fio condutor do passado,que passa pelo presente e se expande no futuro.

O mundo hoje não está voltado para soluções marxistas.Marx morreu com a queda do Muro de Berlim.

Sobrevive teimosamente na pobreza do Vietnam,Coreia do Norte ou Cuba. Tornou-se anacrónico e não vai resistir.

Como vamos resolver as questões do presente para que haja esperança no futuro?

Isto é que empolga as pessoas!!!

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 29, 2003 02:50 PM

Zeus:

Prezando muito a sua opinião (veja como sei cumprir o meu dever mundano de anfitriã!) queria dizer-lhe que não concordo consigo:

Há conceitos datados em Adam Smith e em Marx (curiosamente mais neste do que naquele, apesar de 100 anos mais novo), todavia Adam Smith e Marx, na generalidade, continuam muito actuais desde que lidos com deve ser.

Toda a teoria microeconómica assenta nas formulações de Adam Smith. Todos os instrumentos matemáticos foram estabelecidos posteriormente, mas a base conceptual é a de Adam Smith. Isto para além da importância da obra de A Smith na destruição do edifício feudal e das coacções extra-económicas então existentes.

Quanto a Marx, não é possível estudar história e o nascimento e a morte das sociedades que nos precederam sem conhecer a filosofia marxista. Sublinho todavia que me refiro apenas a Marx (e a Engels, talvez neste ponto mais clarividente que Marx), visto os epígonos de Marx terem tornado aquela filosofia um conjunto de chavões que se foram tornando vazios de conteúdo.

A ideia que hoje fazemos de Marx é a ideia dos seus intérpretes (e não apenas os soviéticos). É certo que Marx concorreu para isso ao se tornar um “sindicalista” empenhado, em vez de permanecer filósofo.

Tal levou-o, nas suas obras a partir de meados da década de 50 (séc.XIX), a fazer-se eco do seu empenho político. A sua obra mais “reclamada” e menos lida, O Capital, está completamente datada e apenas tem um valor arqueológico.

Publicado por: Joana às outubro 29, 2003 03:34 PM

Zeus, outra coisa:

Eu escrevi este texto e o anterior para mostrar que a cultura aproxima as pessoas, mesmo que politicamente elas se situem "nos antípodas".

Portanto são dois textos que não pretendem expor as teorias de Adam Smith e de Marx mas apenas mostrar que não estão "nos antípodas", como se poderia julgar.

Publicado por: Joana às outubro 29, 2003 03:37 PM

Lendo ambos os textos à luz do que a Joana acabou de escrever, concordo com eles e acho que conseguiu as suas intenções.

Sem esta sua explicação talvez não tivesse esta opinião.

Publicado por: vde às outubro 29, 2003 03:58 PM

Tenho-a acompanhado do online e venho felicitá-la pelo seu texto.

Publicado por: S Chico às outubro 29, 2003 06:07 PM

Curioso, este texto

Publicado por: Gustavo às outubro 29, 2003 09:02 PM

Joana , eu acho que Vc tem feito um bom esforço para se "desmarxizar" mas escolher um Smith que dizia que
"onde a divisão do trabalho é introduzida , a produção aumenta dramaticamente" mas que não fechava os olhos ao "efeito embrutecedor que isto tinha na qualidade de trabalho para o trabalhador"...não será , digo eu , a melhor maneira de matar os seus fantasmas Marxistas .

Vc deve ter ficado muito impressionada com a abertura da Riqueza das Nações

- um trabalhador não qualificado a trabalhar sózinho mal podia fazer um único alfinete por dia , ou no máximo vinte ; a decomposição da produção de um alfinete em cerca de 18 tarefas distintas , divididas por 10 homens, cada qual especialista só numa ou duas , poderia produzir até 48000 alfinetes por dia em vez de 200 que seriam fabricados se cada um (dos 10)trabalhasse independentemente -

mas eu lembro-me sempre das 48 horas semanais que cheguei a trabalhar na industria e Vc também se deve recordar daquele belo filme de Chaplin ...

Publicado por: zippiz às outubro 29, 2003 11:03 PM

Não tenha dúvida que o Homem, tal como existe actualmente, resulta de um processo histórico em que o primeiro passo fundamental foi o da “Divisão do Trabalho”, ou seja da progressiva especialização de tarefas. A “Divisão do Trabalho” permitiu uma maior produtividade, mas só funcionaria se houvesse troca.

Por isso não é erróneo dizer que o Homem, o “Homem actual” foi criado pela “troca”. Foi a possibilidade, face à “Divisão do Trabalho”, da criação de excedentes por uma dada comunidade ou grupo social e da sua troca por bens que eram necessários a essa mesma comunidade que se desenvolveram as trocas comerciais e aumentou a prosperidade da humanidade.

Repare que, ao longo da história, os povos que tinham vantagens comparativas ao nível do comércio – portos marítimos ou fluviais abrigados, encruzilhadas facilitadas pela geografia física, etc., foram os que mais prosperaram e induziram o desenvolvimento dos restantes. O Egipto e a Mesopotâmia desenvolveram-se porque os seus rios facilitavam as trocas (para além da riqueza agrícola que, todavia, não seria tão explorada se não fosse possível trocar os excedentes). A Fenícia, Creta, as cidades gregas, Cartago, Roma, Constantinopla, as repúblicas italianas (Veneza, Génova, etc.), as cidades flamengas, Lisboa, as Províncias Unidas, a Inglaterra, etc. são exemplos da importância do comércio e da “troca” na prosperidade dos povos.

Como diria Hegel, ou Marx, tudo tem a sua afirmação e a sua negação. Nada é totalmente bom, nem totalmente mau. O mesmo sucede com a “troca”. Mas também sucede com todos os bens que a moderna tecnologia coloca à nossa disposição: um automóvel é um precioso auxiliar, mas pode ser uma arma de destruição.

O desenvolvimento da tecnologia e da globalização coloca-nos novos problemas que temos que resolver. Não pela negação do progresso (escavacando as montras e apedrejando a polícia) mas pela superação dialéctica dos factores positivos e negativos numa realidade superior que permita o nosso domínio sobre as coisas e não sermos dominados por elas.

Toda a sua vida é uma troca que se baseia na divisão do trabalho, de que você não se dá conta, pois está enraizada nos seus (e de todos nós) hábitos. Você troca a sua força de trabalho por dinheiro; qualquer actividade que realiza: andar de transporte; ligar um interruptor; acender o gás; etc., etc., implica uma troca (o dinheiro que recebeu em troca de bens e serviços que lhe prestam) e uma divisºao do trabalho. Isto para falar apenas nas trocas com incidência monetária.

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 12:13 AM

O Dilema do Prisioneiro : aquilo que é perfeitamente racional para uma dada pessoa , individualmente considerada , pode ser um desastre para o colectivo quando representa um padrão geral de comportamento.
Este problema é muito comum e constitui a razão pela qual, por exemplo, pescadores entregues a si próprios acabam, nalguns casos, por esgotar as reservas de peixe.É racional que um pescador tente aumentar os rendimentos tanto quanto possível, mesmo enfrentando uma descida do peixe disponível. Continua a ser racional individualmente apanhar tantos peixes quanto possível, mas colectivamente é terrível se toda a gente o fizer.

Nesta análise os capitalistas estão num dilema semelhante. Cada um quer aumentar os lucros e, com a subida dos salários, tem de cortar na mão-de-obra. Mas quando toda a gente o faz , isso significa que a proporção de dinheiro gasto na mão-de-obra é reduzida. O que por sua vez significa que a taxa de lucro na economia cairá. E isto, com efeito é o que Marx prevê. À medida que se gasta mais e mais em maquinaria cada vez mais avançada, e proporcionalmente menos em mão-de-obra, podemos, em geral, esperar uma descida da taxa de lucro. Claro que existem ainda muitas complicações, mas isto, pelo menos, está no centro da suposta "lei da baixa tendencial da taxa de lucro" de Marx.
Marx parece defender que com o passar do tempo a taxa de lucro no capitalismo decairá...decairá... e decairá .
Estará correcto na sua previsão ? Acontece que a taxa de lucro é uma coisa difícil de medir e não parecem existir provas indiscutíveis quer num sentido quer noutro. (...) Jonathan Woff

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 01:02 AM

Zippiz: em primeiro lugar queria agradecer-lhe vir aqui expor as suas ideias. Acho que este tipo de debate não é adequado ao on-line. Pelo menos agora, quando as pessoas estão todas empenhadas nas vicissitudes da Casa Pia.

Já disse o mesmo ao xatoo.

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 10:24 AM

Zippiz, do ponto de vista da Teoria Económica, “O Capital” apenas tem valor arqueológico. Quem, no pleno uso das faculdades mentais, acredita na Lei da tendência decrescente da Taxa de Lucro?; na Lei da pauperização crescente do proletariado?; Quem pode acreditar que a classe operária constitui a maioria, está pauperizada e é a portadora exclusiva e decisiva do desenvolvimento social? Zippiz, a Teoria da Reprodução Simples e a Teoria da Reprodução Ampliada têm, descontando obviamente o século de diferença, uma importância inferior ao Tableau Économique de Quesnay.

Igualmente, a concepção marxista original (isto é, a de Marx e não dos seus epígonos) do desenvolvimento da classe operária no capitalismo avançado não se confirmou e, ao invés, ocorreu e continua a ocorrer o seu enfraquecimento relativo.

Zippiz, mesmo que você objecte que o conceito de proletariado será diferente, hoje em dia, e inclua os trabalhadores intelectuais e a intelligentsia, eu oporia que, de acordo com Marx, sendo a consciência social determinada pelo ser social, então este proletariado não teria nada (ou muito pouco) a ver com o proletariado de Marx.

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 10:25 AM

Os salários aumentam com o aumento da inflação (i.e., não aumentam em termos reais) e com o aumento da produtividade. Mas são fixados, embora respeitando os limites mínimos impostos pelos acordos, pelo mercado. Os empresários pagam o suficiente para os seus empregados (pelo menos aqueles que considera fundamentais para o funcionamento da empresa) não mudarem de emprego (isto, no trabalho fabril, não é tão evidente). Portanto o custo da mão de obra (excepto os custos mínimos, que se podem revelar incomportáveis para empresas de baixa qualificação) não tem as implicações que você assinala, pois resulta de um equilíbrio geral do mercado.

Se num dado país uma empresa de mão de obra intensiva pouco qualificada sente que os salários mínimos lhe afecta a taxa de lucro, “delocaliza-se”. É o que está a suceder em Portugal com algumas empresas têxteis e de calçado.

E isto conduz a um desemprego estrutural. Eu não acredito que quando vier a retoma, a maioria daqueles desempregados encontre emprego (a menos que haja requalificação).

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 10:28 AM

a impunidade nunca esteve tão mal compreendida..
vilões e nescios que estão no poleiro..que um piano de cauda vos caia em cima..e assim descubram a gravidade da cultura.
os vendilhões estão no templo...os vendilhões estão no templo.
bravo .lobo antão-unes, desnesciador mor.

Publicado por: sgtpeppers às outubro 30, 2003 10:39 AM

Nos dias seguintes ao falecimento do João Amaral eu escrevi um texto sobre a "esquerda", que arquivei em Janeiro. Se você for ao fim desta página (ao arquivo) e clicar em Janeiro, encontra-o.

Tenciono repô-lo na 1ª página por alturas de 7 de Dezembro, data em que o João faria 60 anos e em que a CML o vai homenagear, atribuir-lhe o nome de uma rua, fazer uns discursos ... etc. Também vai ser publicado um livro, editado pela CML, mas ainda está atrasado e só sairá mais tarde.

A Direita, mesmo que pensemos bem ou mal sobre as suas intenções, mostra uma tolerância, que deveria servir de exemplo à esquerda. E isso incomoda-me. E devia incomodá-lo a si também. Não para deixar de ser de esquerda, mas para lutar por uma esquerda mais tolerante, não você, obviamente, mas muitos dos seus correligionários.

E incomoda-me porque, ao contrário do que muitos pensam, não sou de direita. Como já escrevi algures, nas minhas 4 votações (falhei a de 87 por meses) votei sempre em partidos diferentes (com assento parlamentar) e nunca no PP. É fácil deduzir o resto.

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 10:40 AM

Isto está a tornr-se um sítio interessante de debate sobre Marx e outros.

É pena não ter a divulgação que merece.

Publicado por: Arroyo às outubro 30, 2003 11:58 AM

Só um cheirinho(1) sobre o que eu subscrevo acerca do Capitalismo :

O mundo dominado pelo capitalismo é o mundo livre ; o capitalismo , designado actualmente por liberalismo , é o mundo moderno. É o único modelo de sociedade , senão ideal , pelo menos o mais satisfatório . Não existe e jamais existirá outro.

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 10:16 PM

Cheirinho (2):

Como o capitalismo não sabe nem quer partilhar o lucro e o trabalho (vemo-lo nas reacções indecentes e histéricas do patronato às 35 horas - medida de resto bem tímida ) chegamos inelutavelmente ao desemprego e à sua corte de desastres sociais .
Cerca de vinte (20) milhões de desempregados na Europa , eis o balanço positivo do capitalismo !

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 10:22 PM

Brevemente o cheirinho (3)

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 10:23 PM

intervalo nos cheirinhos para citar o blogueBernabé :


A direita «Vida Soviética»

No debate sobre os media em Portugal, existe um curioso argumento da direita que consiste em dizer que não interessa se praticamente todos os directores de jornal e comentadores televisivos, em som estéreo e em surround, têm posições governistas em política interna e pró-Bush em política internacional. Não interessa porque "as notícias são de esquerda", uma conversa que me faz sempre lembrar as teorias sobre "ciência judaica" e "ciência germânica", "ciência socialista" e "ciência capitalista".

As notícias são "de esquerda": nelas o desemprego aumenta, Bush é pouco inteligente e diz disparates, a situação no Iraque é complicada, Sharon faz um muro à volta de Israel e implode prédios com pessoas lá dentro. Para escapar a esta terrível manipulação, os nossos amigos viram o mundo do avesso para encontrarem as verdadeiras notícias: nelas o governo governa bem, Bush tem uma inteligência moral fulgurante, as coisas correm bem no Iraque, e Sharon comanda, nas suas próprias palavras, "o exército mais moral do mundo". Schwarzenegger era um excelente actor que dará um político ainda melhor.

É a direita «Vida Soviética». Nessa revista, cheia de sorridentes raparigas loiras e cartoons inócuos de que a política era excluída, o crente encontrava as "boas notícias" sobre o bloco de leste. Blogues como o Contra a Corrente, o Intermitente ou o impagável Valete, de cada vez que Cox & Forkum publicam um dos seus inteligentes e divertidíssimos cartoons (e já agora subtis e sofisticados também, quer dizer tão subtis e sofisticados como propaganda anti-semita da França pétainista), correm a reproduzi-los por cá. Só tenho pena dos artigos: aqui só encontramos amostras de sobrolho franzido e sem imagens: Why capitalism's a staggering success e afins. Até ao mais anti-bolchevista deixam saudades dos artigos sobre os êxitos de produção dos kolkhozes sempre entremeados com as sorridentes raparigas loiras a ceifar trigo e a conduzir tractores. Pensem nisso, OK?

Publicado por ruitavares | 02:34 AM | Comentários (16) | TrackBack (0)

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 10:53 PM

Um dos comentários ao texto acima .Uma pérola !

Sinceramente, cada vez tenho menos paciência democrática para aturar esta esquerda supostamente intelectualóide. Como tal, não vou esgrimir argumentos convosco. Lembro-vos só o conhecido ditado popular (que não do PP, note-se): "quem está mal muda-se". No vosso caso, sugiro Cuba, onde o vosso diletantismo intelectual será certamente mais apreciado pelos guardas prisionais e respectivos líderes (encarceradores que são, dos melhores intelectuais cubanos). Infelizmente o proletariado demasiado está ocupado a trabalhar e a produzir para se sentar à mesa nas vossas soirées e, entre um copo e outro, perceber que tão soturnos personagens, têm a pretensão de serem os seus faróis (género Enver Hoxha) e/ou muralhas de aço (género Vasco Gonçalves) contra as forças que os oprimem (tipo: a democracia constitucional...)e que ali mesmo lhes apresentam a solução imediata para os males liberais que os afligem. Tenham dó...


Afixado por Palheirão em outubro 30, 2003 02:24 PM

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 10:56 PM

Você, zippiz, é um verdadeiro democrata: cita a tese e antítese!

Publicado por: Joana às outubro 30, 2003 11:03 PM

Vc, Joana , ajuda ao "incremento" da minha auto-estima !

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 11:20 PM

Cheirinho (3) :

Nos EUA , paraíso do capitalismo , trinta (30) milhões de habitantes - mais de 10% da população - vive no limiar da pobreza , e entre estes os negros estão em maioria.

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 11:47 PM

então niguém diz nada acerca da pobreza na ...Albânia ?!

Publicado por: zippiz às outubro 30, 2003 11:59 PM

O Adam Smith foi ultrapassado pelo meu equilíbrio.
Não viu o filme da minha biografia?

Publicado por: John Nash às novembro 1, 2003 10:31 PM

Li na blogoesfera opiniões favoráveis sobre este texto e vim lê-lo.
Está de facto excelente e diferente do que normalmente é escrito sobre estas matérias.

Publicado por: Rui Sá às novembro 22, 2003 02:02 PM

Portanto, segundo o seu raciocínio, Adam Smith seria mais actual que Marx.
Bem, depois da queeda do muro, já não digo nada!

Publicado por: Humberto às novembro 22, 2003 02:48 PM

John Nash:
Quando tiver tempo, estou a pensar elaborar algo sobre o seu equilíbrio e sobre a relação dele com a teoria neo-clássica.

Publicado por: Joana às novembro 23, 2003 03:09 PM

Cá a espero

Publicado por: John Nash às novembro 25, 2003 11:46 PM

Cá a espero

Publicado por: John Nash às novembro 25, 2003 11:46 PM

Cá a espero

Publicado por: John Nash às novembro 25, 2003 11:46 PM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Há gente muito inteligente. Tantos comentários para coisa tão chata!

Publicado por: anonimo às dezembro 2, 2003 12:22 AM

Este anonimo ou é parvo, ou tem o dedo aleijado

Publicado por: Gros às dezembro 4, 2003 11:59 PM

Alguém pode me dizer a definição de Marx para falsa consciência?

Porfavor respondam logo, pois preciso disto para um trabalho a ser entregue amanhã.

Publicado por: José Vianna às abril 27, 2004 06:30 AM

José Vianna:
A falsa consciência, em Marx, é a ideologia. Para Marx, a ideologia é qualquer formulação teórica das relações sociais que não tenha por base a produção material. Ou seja, a ideologia para Marx é resultado da percepção incompleta do funcionamento da sociedade, o que faz com que tomemos como imprescindível uma ordem de coisas que não o é, acreditando ser original uma situação que é na realidade uma consequência do estado de alienação em que se encontram os indivíduos. Só a consciência é capaz de apreender o que realmente determina a organização social e, a partir daí, de orientar a acção das pessoas.

A divisão social do trabalho é a chave para compreender esta visão parcial e limitada da realidade. É com a divisão social que os trabalhadores são induzidos a pensar que as suas ideias, a sua consciência, são autónomas e independentes. É a alienação.

Citando Lukacs (História e Consciência de Classe): «os próprios homens cumpram e executem conscientemente seus atos históricos. Mas é, como assinalou Engels numa carta a Mehring, uma falsa consciência. Também aqui o método dialético não nos permite ater a uma simples constatação da "falsidade" dessa consciência, à oposição fixa do verdadeiro e do falso. De preferência, exige que essa "falsa consciência' seja estudada concretamente como momento da totalidade histórica à que pertence, como etapa do processo histórico onde desempenha o seu papel.»

Publicado por: Joana às abril 27, 2004 09:16 PM

José Vianna em abril 27, 2004 06:30 AM:
Enviei-lhe estas indicações e bibliografia por mail, mas este veio devolvido.

Publicado por: Joana às abril 29, 2004 09:06 AM

Joana, você é de bom tempo. O gajo estava a gozar com a malta!

Publicado por: Marx às abril 29, 2004 01:57 PM

Qual é o raciocinio de Adam Smith na defesa de divisão de trabalho? Qual é relação de divisão de trabalho e a liberdade de comercio?

Publicado por: gabriel Ozorio Linhares de Mello às maio 19, 2004 10:35 PM

Que idade tinha Adam Smith quando nasceu? Que disse na altura sobre a mão invisível?

Publicado por: curioso às maio 20, 2004 12:52 PM

naum achei nada que preciza va

Publicado por: tonto às novembro 2, 2004 12:31 PM

O Muro de Berlim caiu há 15 anos, e ainda estamos a discutir Marx? As teorias econômicas de Marx morreram com a U.R.S.S e agonizam com Cuba e a Coréia do Norte. Até a China aderiu ao capitalismo. Não bastaram as milhões de mortes em gulags e paredons. Por favor, enterrem o Socialismo! Porque ainda está fedendo.

Publicado por: Tiago D. Bezerra às novembro 19, 2004 04:56 AM

Caros:


É óbvio que predomiona nos setores liberais do pensamento econômico uma clara tendência de se repelir toda e qualquer influência de Adam Smith sobre o pensamento econômico de Marx, mormente no que respeita à visão que ambos tinham do trabalho (e não do capital) como única fonte de origem da riqueza humana. Mas como ideológo da "burguesia" Smith tinha, portanto, compromissos políticos com a classe social que pertencia, fato que o impediu de ir mais daiante e de tirar conclusões revolucionárias desta sua concepção do econômico. Marx, que contrariamente não as tinha, foi adiante e deduziu, a meu ver logicamente, que se "o trabalho é que gera a riqueza", por que seria o capitalismo (a doutrina do domínio do capital)aquele que deveria reger o mundo dos fatos econômicos? Aos liberais de todos os matizes incomodam profundamente as ligações ideológicas entre Smith e Marx, na medida em que este nada mais foi do que um Smith que seguiu adiante e levou as conclusões de Smith até à suas últimas conseqüências. Portanto, defender Smith é, em última análise, defender o próprio Marx. Não há como fugir a esta comparação.

Atenciosamente

Hamilton Castro
Rio de Janeiro - Brasil

Publicado por: hamilton castro às fevereiro 23, 2005 02:01 PM

Caros:


É óbvio que predomina nos setores liberais do pensamento econômico uma clara tendência de se repelir toda e qualquer influência de Adam Smith sobre o pensamento econômico de Marx, mormente no que respeita à visão que ambos tinham do trabalho (e não do capital) como única fonte de origem da riqueza humana. Mas como ideológo da "burguesia" Smith tinha, portanto, compromissos políticos com a classe social que pertencia, fato que o impediu de ir mais daiante e de tirar conclusões revolucionárias desta sua concepção do econômico. Marx, que contrariamente não as tinha, foi adiante e deduziu, a meu ver logicamente, que se "o trabalho é que gera a riqueza", por que seria o capitalismo (a doutrina do domínio do capital)aquele que deveria reger o mundo dos fatos econômicos? Aos liberais de todos os matizes incomodam profundamente as ligações ideológicas entre Smith e Marx, na medida em que este nada mais foi do que um Smith que seguiu adiante e levou as conclusões de Smith até à suas últimas conseqüências. Portanto, defender Smith é, em última análise, defender o próprio Marx. Não há como fugir a esta comparação.

Atenciosamente

Hamilton Castro
Rio de Janeiro - Brasil

Publicado por: hamilton castro às fevereiro 23, 2005 02:01 PM

Caros:


É óbvio que predomina nos setores liberais do pensamento econômico uma clara tendência de se repelir toda e qualquer influência de Adam Smith sobre o pensamento econômico de Marx, mormente no que respeita à visão que ambos tinham do trabalho (e não do capital) como única fonte de origem da riqueza humana. Mas como ideológo da "burguesia" Smith tinha, portanto, compromissos políticos com a classe social que pertencia, fato que o impediu de ir mais daiante e de tirar conclusões revolucionárias desta sua concepção do econômico. Marx, que contrariamente não as tinha, foi adiante e deduziu, a meu ver logicamente, que se "o trabalho é que gera a riqueza", por que seria o capitalismo (a doutrina do domínio do capital)aquele que deveria reger o mundo dos fatos econômicos? Aos liberais de todos os matizes incomodam profundamente as ligações ideológicas entre Smith e Marx, na medida em que este nada mais foi do que um Smith que seguiu adiante e levou as conclusões de Smith até à suas últimas conseqüências. Portanto, defender Smith é, em última análise, defender o próprio Marx. Não há como fugir a esta comparação.

Atenciosamente

Hamilton Castro
Rio de Janeiro - Brasil

Publicado por: hamilton castro às fevereiro 23, 2005 02:02 PM

NADA A DECLARAR N ESTOU ENTENDENDO NADA DESSE ASSUNTO CHATO

Publicado por: DEISE às abril 15, 2005 07:35 PM

gostaria de saber qual o nome da politica defendida por adam smith? e tbm qual a politica economica praticada por ele na epoca??

Publicado por: gabriel aslyn às novembro 27, 2005 08:56 PM

gostaria de saber qual o nome da politica defendida por adam smith? e tbm qual a politica economica praticada por ele na epoca??

Publicado por: gabriel aslyn às novembro 27, 2005 08:57 PM

Comente




Recordar-me?

(pode usar HTML tags)